Ilé-Iwé: Prefeitura inicia nova formação continuada em educação das relações étnico-raciais

Educação
11/06/2021 17h38

A Prefeitura de Aracaju deu início, na tarde desta sexta-feira, 11, à segunda edição do projeto ‘Ilé-Iwé: Formação Continuada em Educação das Relações Étnico-Raciais’, evento direcionado aos professores e gestores da rede municipal que atuam em todas as modalidades de ensino, abrindo espaço, também, para docentes que lecionam em escolas estaduais localizadas na capital.

A formação é uma iniciativa da Secretaria Municipal da Educação (Semed), desenvolvida pela Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped/Semed) e conta com o apoio da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Etnico-Racial (Copier) do Ministério Público de Sergipe, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas da UFS (Neabi), da Unegro-SE e do Centro Cultural Erukerê.

Esta segunda edição do projeto é parte das ações propostas pelo programa Aracaju sem Racismo, da Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas). Em uma das falas, durante a abertura do evento, a coordenadora da Coped, Maíra Ielena, discorreu brevemente sobre a primeira edição do projeto, ocorrido de forma presencial em 2019.

“O primeiro Ilé-Iwé aconteceu em salas do MP/SE e foi muito bonito, muito mobilizador. Tivemos mais de 110 inscritos e, para a nossa rede, os resultados foram impressionantes: 40 Emefs e 22 Emeis, por exemplo, desenvolveram projetos abordando o que consta na legislação. Temos o diferencial da parceria, da horizontalidade, solidariedade e do foco na prática”, pontua Maíra.

O Ilé-Iwé tem como objetivo principal a reflexão e sensibilização por parte dos profissionais da Educação acerca da Lei 11.645/08, que tornou obrigatório o ensino de história afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e também de iniciativas antirracistas nas unidades de ensino públicas.

A abertura desta edição contou com apresentações de grupos de arte e cultura e mesa redonda sobre ‘Educação Antirracista e Consciência Negra’, atividade da qual participaram o historiador João Mouzart e a antrópologa Yérsia Assis.

“Não se pode falar em educação sem pensar em uma pluralidade de significados que estão presentes, pois a educação sofre com os estilhaços do passado e porque necessitamos de espaços que potencializem os saberes negros. Na escola repensamos e reaprendemos. É na vivência escolar que se constroem políticas de existência, baseadas na perspectiva do amor, da amizade, da resistência, do respeito às diferenças de corpos, trajetórias e movimentos para a formação de uma cidade crítica e reflexiva. Necessitamos de espaços que potencializem os saberes negros”, destacou o historiador João Mouzart.