Com a destinação de vagas de estágio na administração municipal para adolescentes aprendizes, usuários dos equipamentos socioassistenciais administrados pela Secretaria Municipal da Assistência Social, jovens em situação de vulnerabilidade social, iniciaram curso de capacitação profissional.
A contratação está sendo feita pela Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) a partir do Programa ‘Adolescente Aprendiz’, viabilizado pela Prefeitura de Aracaju. As vagas foram preenchidas por adolescentes com idades entre 14 e 18 anos, que já concluíram o ensino fundamental.
Para que o estágio seja exercido, os adolescentes estão sendo qualificados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), por meio do curso “Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços Administrativos”, realizada de forma online, no período da manhã.
Em um ano e quatro meses, prazo do contrato, os jovens passarão pela experiência teórica para, por fim, vivenciarem a prática profissional dentro da empresa. Eles atuarão como assistentes administrativos e terão remuneração de meio salário mínimo.
De acordo com a diretora das Proteções Sociais Básica e Especial da Assistência Social de Aracaju, Roberta Salgado, a articulação entre as secretarias no programa possibilita ao jovem auxiliar a família na superação das vulnerabilidades.
“Foi uma demanda da Emurb na qual o presidente Sérgio Ferrari nos convocou para fazermos a destinação de vagas de emprego para adolescentes aprendizes a jovens em situação de vulnerabilidade social. Como lidamos diretamente com esse público, escolhemos os bairros de pobreza e extrema pobreza para que pudessem ser beneficiados. É importante ressaltar que já realizamos a inserção de adolescentes usuários da Proteção Social Básica e Alta Complexidade no mercado de trabalho a partir de parcerias com empresas privadas e órgãos públicos”, destacou.
No total, dez vagas foram destinadas à secretaria, as quais foram distribuídas no bairro Porto Dantas, abrangendo o Coqueiral, por meio dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) Porto Dantas e Maria José de Meneses; Centros de Referência Especializados da Assistência social (Creas) Gonçalo Rollemberg Leite, Viver Legal e Maria Pureza, onde há meninos em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e adolescentes dos Abrigos Sorriso e Caçula Barreto.
Aprendizado
Pela primeira vez, o estudante Gilton Silva, 17, morador do Coqueiral, realiza um curso de capacitação profissional. Ele e sua família são acompanhados pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif). Desde os 14 anos de idade, Gilton participa do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) no Cras Maria José de Meneses.
Segundo ele, a qualidade da internet em sua casa não é favorável, então, se dirige até a unidade para se concentrar nos estudos.
“Fiquei alegre, estavam querendo me ajudar. Segui em frente porque não tenho nenhum emprego e estou começando a viver um sonho que estão proporcionando para mim. Quero trabalhar, comprar as minhas coisas e ajudar os meus pais. Realizarei todos os sonhos da minha vida pessoal, de carreira, superando as derrotas e tristezas. Eu acredito em mim porque Deus está comigo. Aqui, com o apoio de todos, vi que tenho uma família e por causa deles, isso se tornará possível”, agradeceu.
O estudante ainda fez questão de aconselhar os jovens que querem se tornar autônomos e protagonistas de suas próprias histórias.
“Antes de fazer esse curso, ficava em casa para ajudar os meus pais, fazendo bico, transportando blocos para ganhar dinheiro. Mas sei que não é o saudável. Eu não quero isso para a minha vida, por isso estou fazendo o curso. Esses jovens que não querem trabalhar devem perceber que o mundo não é brincadeira. Temos que correr atrás dos nossos sonhos. Quando crescerem, trabalhem para conquistarem os seus sonhos, o que você quer. Acredite em você e será só o começo”, aconselhou.
O Programa
O Programa Adolescente Aprendiz, desenvolvido em atuação conjunta com o Ministério Público do Trabalho (MPT), foi instituído pela Lei Municipal nº 4949, de 1º de dezembro de 2017, e estabelece que adolescentes do município que se encontram em situação de vulnerabilidade social ou submetidos a medidas socioeducativas recebam oportunidade no mercado de trabalho por intermédio da Prefeitura.
