Cras de Aracaju é pioneiro em produção de fascículos para crianças e adolescentes

Assistência Social e Cidadania
04/08/2021 15h40

Você já se imaginou atuando como protagonista de uma história? Foi essa a experiência que crianças e adolescentes, usuárias do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), ofertado nos 17 Centros de Referência da Assistência Social (Cras) da capital sergipana, se aventuraram em uma iniciativa proposta pelo educador social do Cras Terezinha Meira, Cristiano de Almeida Correia.

Em um dos equipamentos da Proteção Social Básica (PSB) da Prefeitura de Aracaju, geridos pela Secretaria Municipal da Assistência Social, nasceu um livro, transformado em fascículos que abordam temas socioeducativos como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bullying, prevenção ao suicídio, diversidade, consciência negra e tolerância, violência contra a mulher e desigualdade social.

“Distribuídos em sete edições, eles trazem um recorte das discussões empreendidas pela equipe do Cras ao longo dos anos. São assuntos diretamente ligados ao universo emocional, social e familiar dos educandos e, a nosso ver, essenciais à agenda sociopedagógica de qualquer atividade socioeducacional com indivíduos em formação”, explica Cristiano Correia.

De acordo com o educador social, a ideia surgiu em junho de 2020, quando houve a necessidade de adaptar os exercícios presenciais do SCFV após as recomendações de distanciamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus.

“Foi necessária a mudança da estratégia de aplicação para que o vínculo com os meninos e meninas não fosse interrompido. A adoção dos fascículos, com textos introdutórios e atividades de fixação para a aprendizagem, foi uma das soluções para este momento”, complementa.

O processo de produção da narrativa durou cerca de 25 dias, envolvendo coordenador, educadores sociais, oficineiros e crianças e adolescentes do SCFV com idade entre 8 e 14 anos do Cras Terezinha Meira. Além da criatividade, o trabalho exigiu tempo, dedicação e estudo para que os conteúdos fossem facilmente compreendidos e multiplicados nos territórios.

“Dentre os principais objetivos, estão manter o vínculo com os usuários, continuar trabalhando os temas que estavam dando resultados e presenteá-los com um material que tivesse a cara deles, tornando-os protagonistas”, destaca o educador social, Cristiano Correia.

A cada edição, primeiro o leitor tem a oportunidade de conhecer pequenas histórias em quadrinhos, adaptadas às oficinas audiovisuais realizadas em 2019 pelo oficineiro Ewertton Nunes, um profissional que ministra oficinas nos Cras dos bairros Lamarão, Olaria e 17 de Março, narradas pelas próprias crianças e adolescentes que representam situações vivenciadas por cidadãos que sofrem violações de direitos.

Nas páginas seguintes, é apresentado o conceito do tema, dados e suas formas de expressão na sociedade e, por último, atividades lúdicas, como caça-palavras, palavras cruzadas, pinturas e jogos.

Segundo a gerente do SCFV da Assistência Social de Aracaju, Karine de Oliveira, após a impressão do material, foi feita a distribuição nos Cras do município. As entregas foram intensificadas a partir de julho, mês de celebração dos 31 anos do ECA.

“Reconhecemos as potencialidades do material e fizemos impressões coloridas em larga escala para ser disponibilizado em todos os Cras de Aracaju. Para que tivéssemos maior aproveitamento de cada temática, separamos em fascículos, por temas transversais, que abordam os eixos, objetivos gerais e específicos do SCFV, como direito de ser, a convivência e participação social. Orientamos as equipes acerca das estratégias de abordagem para que trabalhassem o tema alusivo ao mês à distância”, contou.

Outro projeto
Fruto da iniciativa da gerente do SCFV, Karine de Oliveira, e executada pelo oficineiro Ewertton Nunes, o projeto “Colad@s com o ECA” reuniu meninos e meninas com idades entre 11 e 17 anos, dos Cras Carlos Fernandes de Melo, situado no bairro Lamarão, do Terezinha Meira, no bairro Olaria e Maria Diná, no 17 de março, que participaram das gravações de uma minissérie em seis capítulos produzida nessas unidades, que aborda o ECA com uma linguagem popular e gírias atuais comumente utilizadas na internet. As produções foram publicadas na página do Instagram da secretaria, no @assistenciaaju.