Abrigo Núbia Marques realiza ações alusivas ao Agosto Lilás para mulheres em situação de violência

Assistência Social e Cidadania
06/08/2021 18h38

Cuidados físico, emocional e psicológico foram os componentes que o Abrigo Núbia Marques, destinado à mulheres em situação de violência da Prefeitura de Aracaju, gerido pela Secretaria Municipal da Assistência Social, propuseram às usuárias em duas atividades realizadas nesta sexta-feira, 6.

No período da manhã, as cuidadoras sociais, profissionais que compõem a equipe da unidade, foram as responsáveis por levantarem a autoestima dessas mulheres, proporcionado o cuidado com os cabelos, unhas, pele e maquiagem. No período da tarde, a atenção se voltou para a palestra com a coach e terapeuta de Relacionamento e Sexualidade, especialista em Sexualidade Humana, Andreza Coutinho, que abordou o tema “Autoestima e Autoamor”.

De acordo com a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, a ação integra a programação dos equipamentos socioassistenciais da capital sergipana em alusão ao “Agosto Lilás”, uma campanha de conscientização pelo Fim da Violência Contra a Mulher e pela celebração do aniversário da Lei Federal nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, que completa 15 anos em 2021.

 

“É um mês no qual intensificamos as ações de combate à violência contra a mulher em nossas unidades, espaços públicos e privados. Por ser um local de retaguarda para mulheres que já sofreram a violência, buscamos levar à elas, palavras de carinho, conforto, orientação, além do trabalho feito pela equipe para transporem as barreiras dos medos e traumas. É necessário que, ao saírem do Abrigo, estejam fortalecidas, com a autoestima elevada, entendendo que são seres humanos de direitos e podem conquistar sua autonomia para seguir em frente”, explicou a secretária.   

Simone ainda reforça que após o desligamento, as mulheres continuam recebendo acompanhamento. “Através dos nossos Centros de Referência Especializados da Assistência Social, os Creas, com a inserção em benefícios de renda como o Aluguel Social e em conjunto com a Patrulha Marinha da Penha da Guarda Municipal de Aracaju, até que essas aracajuanas saiam da situação de violência”, completou.

Segundo a coordenadora do Abrigo Núbia Marques, Fernanda França, atualmente, quatro usuárias com idade entre 22 a 54 anos, que estão na unidade, foram agredidas física e psicologicamente.

“Quisemos fazer algo diferente. Percebemos que elas estão com dificuldades para lidar com a separação do cônjuge e da família. Muitas delas, todas mães, ainda querem voltar para seus maridos. Por isso, trouxemos uma profissional para empoderá-las. Também achamos interessante mostrar que a relação sexual não é o ato mais importante dentro de um relacionamento”, explicou.

Pela primeira vez, a coach e terapeuta de Relacionamento e Sexualidade, especialista em Sexualidade Humana, Andreza Coutinho, foi convidada a palestrar para mulheres com direitos violados. Ela atua no projeto “Agrevida”, criado pela Polícia Militar de Sergipe (PMSE), na prevenção da violência contra as mulheres vítimas no agreste do estado.

“Meu coração ficou muito feliz. É uma forma de chegarmos perto da dor dessas pessoas. Meu objetivo foi trazer o amor próprio para essas mulheres, recuperando as forças que estão perdidas. É um momento de olharem para dentro de si e acreditarem que podem enfrentar qualquer situação daqui para frente”, salientou.

Sobre o Abrigo

O equipamento da Proteção Social Especial (PSE) de Alta Complexidade do Sistema Único da Assistência Social (Suas) tem como objetivo garantir a integridade física, emocional e psicológica de mulheres em risco de morte e de seus filhos, promovendo o exercício dos direitos da sua cidadania, contribuindo para o resgate e fortalecimento da sua autoestima.

No espaço, o Núbia Marques conta com uma equipe de trabalho feminina composta por assistente social, psicóloga, coordenadora, administrativa, cuidadoras sociais e auxiliares de limpeza. As técnicas, como a assistente social e psicóloga, são diretamente ligadas às acolhidas na qual realizam as escutas qualificadas, desenvolvem atividades individuais e coletivas, tanto para as usuárias quanto para as cuidadoras sociais, além das vítimas e seus filhos participarem de atividades lúdicas e socioeducativas voltada para cada idade.