Usuários do abrigo provisório Freitas Brandão recebem homenagem pelo Dia dos Pais

Assistência Social e Cidadania
09/08/2021 15h45

Cuidar, dar carinho, amor e atenção são só algumas das funções de quem se torna pai. Entretanto, muitos deles enfrentam dificuldades da vivência nas ruas que os privam do convívio com os filhos. Pensando nesses pais que se encontram no abrigo provisório Freitas Brandão, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) General Freitas Brandão, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, realizou uma semana especial de homenagem e acolhimento a esse público.
 
Segundo a coordenadora do Abrigo e também educadora social Kelly Teles, a ideia de elaborar a programação da semana do Dia dos Pais surgiu a partir de conversas informais e das reuniões programadas nas atividades locais. “Foi a partir dessas conversas que percebi que o assunto paternidade traz outros contextos, que envolvem a aceitação familiar, a saudade que eles sentem e os motivos que afetaram muitas dessas relações. O grande objetivo dessa programação foi acolher e reativar as memórias afetivas aos 49 pais que estão aqui conosco”, destacou.

A programação de lazer e reflexão incluiu bingo; palestra sobre motivação e autoestima; Cine Freitas – com a Exibição do filme O Milagre da Cela 7; curso de manicure para capacitação das mães solo; olimpíadas de jogos de mesa; além de momento de música voz e violão. Todas as ações foram realizadas de acordo com os protocolos de segurança e prevenção à covid-19.

Para o usuário Luiz Felipe Feliciano, 23, as ações desenvolvidas no abrigo vão além do Dia dos Pais. É algo rotineiro e que proporciona mudanças internas para cada acolhido. “Este local nos permite ter mais que um espaço digno para dormir. Aqui temos alimentação, acolhimento e afeto. Neste Dia dos Pais tivemos muitas atividades que nos permitiram diversão, além de reviver sentimentos e momentos. Sem dúvida isso traz mais alegria para os nossos dias e o Abrigo Freitas Brandão é espetacular”, afirmou com alegria.
 
Também participou das atividades a usuária Ivani dos Santos Oliveira, há três meses acolhida no abrigo, mãe de duas crianças e em sua terceira gravidez. Para ela, ter um momento dedicado às mães solo é emocionante. “Todo mundo acha que viver em um abrigo é triste. Tristeza é viver sozinha. Aqui eu tenho proteção e cuidado. Com o curso de manicure que completei aqui terei a oportunidade de trabalhar e ter meus filhos de volta com condição e segurança”, disse.

De acordo com Kelly, incluir uma mãe em um projeto como esse é uma forma de unificar sentimentos e proporcionar troca de experiências e visões de mundo. “Também foi necessário ter um olhar sensível em relação às mulheres mães, que criam seus filhos sozinhas, de forma a ressaltar sua autonomia e valores diante da sociedade. Foi muito especial ver os usuários incentivarem e enxergarem com outros olhos a garra de uma mãe que não tem o pai das crianças ao lado. Pois muitos dos nossos usuários não têm contato direto com as mães dos seus filhos, mas assumem suas responsabilidades e sabem o quanto isso é primordial”, ressaltou.