Movimentos sociais enfatizam importância da revisão do Plano Diretor de Aracaju

Agência Aracaju de Notícias
16/10/2021 07h10

A revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Aracaju encerrou a fase de consulta pública, com audiências presenciais realizadas até o último dia 14. Nos encontros, os aracajuanos tiveram a oportunidade de apresentar sugestões, críticas e inquietações para aperfeiçoar as propostas da minuta que será apresentada à Câmara Municipal de Aracaju.

Durante as audiências, além da mobilização dos moradores, foi fundamental a participação da sociedade organizada, com sugestões apresentadas por representantes de organizações e entidades sociais que atuam na capital.

O coordenador do Fórum em Defesa da Grande Aracaju, José Firmo, comenta que o planejamento urbano é imprescindível para o futuro de Aracaju, por isso é fundamental que o Plano Diretor seja revisado. “Nós precisamos nos preparar para os desafios que vêm pela frente, então a discussão da atualização do Plano Diretor é uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento da nossa capital”, ressalta.

Para Firmo, é crucial que o processo de revisão seja democrático, dando voz a todos os setores da população. “O Plano Diretor é um pacto coletivo, onde todos os atores que constroem a cidade precisam contribuir. É até um dever nosso, enquanto cidadãos, participar dessa discussão, para que a proposta contemple, o máximo possível, toda a sociedade aracajuana”, expressa.

Givaldo da Conceição é deficiente visual e se pronunciou em nome das pessoas com deficiência, ressaltando a importância do Plano Diretor contemplar a acessibilidade. “Nós, deficientes visuais, assim como todos que têm outras deficiências, precisamos ter o direito de ir e vir, porque encontramos muitas barreiras e muitas dificuldades para que nós possamos nos movimentar e resolver qualquer tipo de problema. As calçadas devem ser niveladas e nós queremos a cidade acessível, porque nós também somos cidadãos e temos os nossos direitos”, reforça.

Avanços para todos 
Integrante do Movimento Organizado de Trabalhadores Urbanos (Motu), Camila Paula de Lima afirma que a participação da militância e das organizações é fundamental para apresentar outras demandas que precisam ser atendidas pelo Plano Diretor.
 
“Há muitas questões fora dos bairros principais que precisam ser ouvidas e atendidas, como a questão das vilas e da periferia, avanços da mobilidade urbana, habitação de interesse social, e muitos outros temas que precisam ser discutidos”, detalha.

Camila reforça que é muito importante que a sociedade organizada e os movimentos socais participem das audiências públicas. “O Plano Diretor precisa ser pensado para o povo, para a defesa dos nossos direitos. Então a participação da militância, dos movimentos, é imprescindível para debater e apresentar críticas e sugestões que ainda não estão contempladas”, avalia. 

Joseilton Nery Rocha, secretário-geral do movimento ambiental Jabotiana Viva, declara que a revisão do Plano Diretor é vital para os cidadãos aracajuanos. “É uma oportunidade que temos de fazer a crítica devida ao ordenamento da cidade, buscando melhorias, principalmente levando em conta uma questão central, que é o enorme fosso da desigualdade social”, salienta. 

Para Joseilton, o ordenamento da cidade é necessário para diminuir essa desigualdade, levando benefícios para todos. “Então essas audiências públicas são imprescindíveis enquanto espaço democrático para sugerir e propor diretrizes para o dia a dia da cidade, com sugestões para dar um rumo à saúde, à questão do transporte, enfim, para todas as áreas que são fundamentais para o futuro de Aracaju”, pontua.