Prefeitura inicia projeto Semear Saberes, Cultivar Esperança para Colher Cidadania

Assistência Social e Cidadania
07/10/2021 17h00

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, deu início nesta quinta-feira, 7, às atividades do projeto “Semear Saberes, Cultivar Esperança Para Colher Cidadania”, iniciativa dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) Maria José Meneses, no Coqueiral, e Pedro Averan, no bairro Industrial.

As oficinas ocorreram em dois momentos. Pela manhã, no Cras Maria José Meneses, foi promovida a oficina “Alimentação saudável e acessível à realidade dos usuários do Sistema Único de Assistência Social (Suas)”, com participação de 11 representantes de famílias acompanhadas pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), usuários inseridos no Projeto.

Por conta da pandemia, os encontros são divididos por blocos, cumprindo o os protocolos sanitários e de segurança contra a covid-19. Na ocasião, a equipe da Gerência de Segurança Alimentar e Nutricional (GSAN) da Assistência Social de Aracaju levou informações sobre nutrição, alimentação saudável e classificação dos alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados.

“Depois da apresentação do Guia Alimentar da População Brasileira [do Ministério da Saúde], entregamos aos participantes alimentos processados e ultraprocessados para que fizessem uma análise do rótulo, outro tópico para facilitar a aprendizagem sobre como observar a lista de ingredientes. Falamos sobre aproveitamento integral dos alimentos e hábitos saudáveis. Posteriormente, levaremos eles até as hortas comunitárias para que seja feita a parte prática”, explicou a gerente da GSAN, Leila Gomes.

De acordo com a coordenadora do Cras Maria José Meneses, Ana Caroline Trindade, a integração entre as equipes do equipamento foi necessária para que os moradores fizessem parte do “Semear Saberes”.

“Houve a mobilização de toda a equipe que acompanha os usuários do Cras, inclusos no Paif, para a identificação e conversa com as famílias que estivessem em situação de insegurança alimentar. Foram feitas visitas domiciliares, reuniões nas quais passamos informações sobre a ideia do Projeto. Adaptamos os horários para que as atividades aconteçam sempre pela manhã, com uma hora de duração, já que em sua maioria todas as representantes são mulheres, mães com disponibilidade pela manhã quando as crianças estão na escola. A adesão tem sido um sucesso e temos a expectativa de elaborar uma lista de espera para formação de novos grupos”, ressaltou Caroline.

No período da tarde, no Cras Pedro Averan, a oficina “Acesso à alimentação enquanto direito humano e dever do estado” foi ministrada pela assistente social Érica Vieira, umas das profissionais que integram a equipe técnica da unidade, e que está à frente do Projeto. Segundo Érica, a iniciativa foi pensada na perspectiva de transformação que a pandemia causou.

“Reproduzimos um vídeo que retrata uma realidade nacional sobre pessoas que tinham condições de autossustento e passaram a viver em situação de vulnerabilidade social com a chegada do vírus, no qual as usuárias se identificaram. Através deste projeto, queremos fazer com elas despertem e conheçam o direito à alimentação para que reflitam se possuem esse alimento em qualidade e quantidade suficientes, além de falar sobre leis que garantem a segurança alimentar. Nós, enquanto equipamento socioassistencial, planejamos quais estratégias daremos a essas famílias para que, junto a nós, elas se tornem protagonistas e independentes”, contou.

Adesão dos usuários
Moradora do bairro Coqueiral, a dona de casa Ana Clea Santos, 42, se interessou em participar do projeto para adquirir conhecimento. Segundo ela, é importante aprender, principalmente com uma temática importante que diz respeito à saúde.

“Achei excelente essa ideia para saber como reaproveitar os alimentos, administrar, manipular. Tudo isso é importante. O conhecimento é uma riqueza para nós, pois é uma coisa que ninguém nos tira. Na horta, onde iremos visitar, vamos cuidar e consumir os próprios alimentos cultivados, todos orgânicos”, destacou.

A manicure Maria Josenilza Santos frequenta o Cras Pedro Averan há quase 20 anos. Mãe de oito filhos, todos passaram e continuam participando do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), ofertado na unidade. Hoje, “Nilza”, como é chamada, teve a sua vida transformada com a intervenção do Cras.

“Para mim é uma satisfação porque sou uma pessoa prendada através do Cras. Foi aqui que fiz meu primeiro curso de manicure, de manipulação de alimentos e vários outros. Faço questão de participar das atividades e essa chamou minha atenção porque sempre gostei de plantar. Aprendi muitas coisas. O que não sabemos, aprendemos. Foi ótimo” relatou.