Fórum Perinatal discute plano de parto e síndrome hipertensiva gestacional

Saúde
08/10/2021 16h00

Com o objetivo de cuidar das mulheres, promovendo sua saúde e o seu desenvolvimento gestacional, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realizou nesta sexta-feira, 8, o 9º Fórum Perinatal no auditório da Uninassau.

Com o tema 'Plano de Parto e Síndrome Hipertensiva Gestacional', o encontro reuniu representantes de instituições que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) de Aracaju, movimentos sociais, maternidades, associações e comunidade acadêmica.

O Fórum também constitui soluções para os problemas de forma pactuada, direcionando para cada membro sua responsabilidade. Segundo a coordenadora da Rede de Atenção Primária (Reap), Andressa Machado, é importante o envolvimento de todos os profissionais e setores nas discussões para que sejam feitas definições sobre a melhoria da rede de serviços oferecidos às gestantes.

“O momento mais importante para uma mãe é à hora do nascimento do filho. Também é um período cercado de muita insegurança e dúvidas. Por isso, estamos aqui reunidos para transformar esse período no mais aprazível possível para as gestantes e sua família. As mães precisam sentir que são cuidadas, com afeto e amor, e, para isso, elas precisam ser atendidas com qualidade desde o pré-natal, ao parto e seu puerpério”, explica.

De acordo com a enfermeira e técnica do Programa Saúde da Mulher, Maria das Graças Nunes, o fórum é também um espaço coletivo, plural, gestor e interinstitucional, em que se firmam acordos éticos com instituições, conselhos e sociedade civil para a promoção da saúde e qualidade de vida da mulher e da criança. 

“O Fórum tem ainda um caráter pedagógico de troca de experiências sobre o que é observado no local de trabalho. Assim, conseguimos pactuar soluções visando, principalmente, a mudança de indicadores. Também ouvimos experiências profissionais, conciliando com a visão da gestão, traçando metas, resoluções dos problemas, diretrizes e atribuições no que diz respeito ao planejamento, monitoramento, avaliação e gestão dos serviços de saúde em relação à maternidade”, enfatiza.

Palestrantes
Se apresentaram no Fórum o médico obstetra Carlos Noronha e as enfermeiras especialistas Wilma Varjão, Diana Luna e Marilia Uchoa. Segundo Noronha, as síndromes hipertensivas na gestação merecem especial destaque no cenário da saúde pública. Atualmente, explica ele, elas são a terceira causa de mortalidade materna no mundo e primeira no Brasil. 

“Do ponto de vista prático, a pré-eclâmpsia continua sendo uma síndrome que leva a graves repercussões maternas e fetais, conhecendo-se ainda pouco sobre sua etiologia. Tem-se discutido a melhor terapêutica para os quadros de pré-eclâmpsia em diversos momentos do ciclo gravídico-puerperal, visando sempre à redução de altos índices de mortalidade materna e fetal. O parto, considerando-se a fisiopatologia do evento, representa a melhor forma de tratamento”, esclarece o obstetra.

Segundo Wilma Varjão, o atendimento à gravidez normal se dá na Rede de Atenção Primária, através das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e, conforme preconiza o Ministério da Saúde, obesidade mórbida, diabetes, hipertensão, histórico familiar de doenças cardíacas são fatores que geralmente contribuem para que, na mulher, a gestação evolua para o quadro de alto risco.

“Quando a gestação acaba evoluindo para o alto risco da mãe e do bebê, eles são atendidos no Centro de Acolhimento e Atenção à Saúde da Mulher [Caasm]. O Centro funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e o acesso aos serviços se dá por encaminhamento das Unidades. Após consulta com clínico geral, cabe a esse profissional analisar a necessidade de tratamento especializado ou avaliação de urgência na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes”, disse

Para o médico Byron Ramos, a ação foi um espaço de construção. “Estamos vivenciando mudanças nas práticas obstétricas. Aqui, estamos resgatando e valorizando a assistência, do pré-natal à alta complexidade. Hoje, estamos fazendo o resgate das boas memórias no que diz respeito ao nascimento, e nada mais oportuno que trabalhar a técnica e a parte assistencial, trazendo um resgate à humanização, tão importante e significativo na vida da mulher”, relata.