Com apoio da Prefeitura, projeto Estrelas do Mar é retomado

Assistência Social e Cidadania
30/10/2021 16h11

“Estava com saudade. Senti que voltei ao meu lugar”. O depoimento é do pequeno Pedro Henrique, uma criança com Transtorno do Espectro Autista. Ele e a irmã, Ana Júlia, com Transtorno de Déficit de Atenção, estavam acompanhados do pai, o psicopedagogo Bruno Araújo, na retomada do projeto Estrelas do Mar, na manhã deste sábado, 30, na praia da região do Mosqueiro, zona sul de capital.

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social colaborou com a distribuição de kits com produtos para proteção e higiene pessoal, compostos por protetor solar, máscaras e álcool em gel. Após um ano e oito de atividades suspensas, a retomada do projeto era um momento esperado por apoiadores, voluntários, familiares e, especialmente, pelas pessoas com deficiência, assistidas pelo Estrelas do Mar.

De acordo com a secretária-adjunta da Assistência Social de Aracaju, Selma França, a administração municipal entende a importância social do projeto e sua contribuição na promoção da inclusão ao aderir, no ano de 2018, o Praia para Todos, projeto do Governo Federal, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp), em parceria com a Organização Não Governamental (ONG).

“É um projeto muito bonito. Ficamos felizes em ver o brilho, o entusiasmo e a alegria que demonstraram a todo o momento. Para nós, é gratificante apoiar desde o início iniciativas que proporcionam bem-estar às pessoas mais vulneráveis, além de estimular o trabalho voluntário em prol do bem comum. Para mostrar nosso amor e cuidado, trouxemos cerca de 50 kits de cuidados pessoais que foram entregues aos pais, reforçando o nosso compromisso e zelo pelo projeto”, destacou.

Apoio da Prefeitura
Dentro do Praia para Todos, a Prefeitura de Aracaju realizou um investimento de R$ 67,7 mil, na qual adquiriu e doou para o Estrelas do Mar, 30 pranchas de body bord, 10 cadeiras de rodas anfíbias, 50 camisas com proteção ultravioleta e protetor solar. Também é disponibilizado um micro-ônibus adaptado e motorista, que pertence à Secretaria Municipal da Assistência Social, para auxiliar no deslocamento dos assistidos.

O projeto filantrópico visa trabalhar a inclusão de pessoas com e sem deficiência por meio da prática do bodyboarding, esporte praticado na superfície das ondas do mar em que o surfista usa sua prancha para deslizar pela crista, face ou curva de uma onda em direção à areia.

Segundo o idealizador do projeto, o vereador Sargento Byron, atualmente, cerca de 169 famílias são cadastradas no projeto. Para ele, o evento, como ele mesmo define, era muito aguardado.

“Não consigo traduzir o sentimento de alegria que estou sentindo de poder voltar com mais segurança. Todas as pessoas foram testadas para garantir que as atividades fossem executadas com o mínimo de risco possível. Esperávamos muito pelos sorrisos e abraços. São famílias diretamente beneficiadas com o apoio de parceiros como a Assistência Social e o Esporte do Município, que facilitam o acolhimento dessas pessoas”, contou.

A dona de casa Ivanete dos Santos é mãe de Crislaine dos Santos, que possui deficiência intelectual. Mãe e filha são assistidas pelo projeto há cinco anos. Ela descreve como difícil o período em que passou dentro de casa devido à pandemia. Logo que sua filha soube da notícia que o projeto seria retomado, ficou ansiosa.

“Foi muito complicado. Ela reclamava o tempo todo. Me perguntava quando a pandemia iria acabar. Aqui ela se sente muito feliz, conseguiu melhorar seus movimentos corporais e a comunicação com outras pessoas. Quando disse que voltaríamos, todo dia me fazia o mesmo questionamento: mãe, é hoje?. Tudo que está acontecendo é muito importante para nós”, relatou.

Para o psicopedagogo Bruno Araújo, pai de Pedro Henrique, a expectativa começou há uma semana quando a mãe da criança contou ao filho a novidade sobre a retomada do projeto no qual participam há quatro anos.

“Eles são apaixonados pelo projeto. Mesmo diante de todo o transtorno que a pandemia nos causou, o cognitivo do Pedro foi preservado, graças a Deus. Eles vinham há muito tempo querendo voltar e ficávamos na expectativa. Há uma semana, foi uma loucura. A mãe contou que voltaríamos e eles mal estavam dormindo, loucos para voltar. Está sendo gratificante”, ressaltou.