Consciência Negra: oficinas destacam cultura africana na Emef Costa Melo

Educação
17/11/2021 15h20

Durante toda esta semana, escolas da rede municipal de ensino se engajam na discussão sobre os temas relacionados à Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Antônio da Costa Melo, no bairro Getúlio Vargas, estudantes participaram, nesta quarta-feira, 17, de oficinas relacionadas à cultura africana e sua influência no Brasil.

Alunos do 1° ao 5 ° ano se reuniram no pátio da escola e participaram de uma oficina de abayomi, bonecas feitas com pedaços de pano que e fazem parte da cultura negra. Os alunos também aprenderam mais sobre a mitologia africana, com a contação de lendas e puderam conhecer o atabaque, um instrumento de percussão utilizado na capoeira e em religiões de matriz africana.

A diretora da escola, Itamara Leite, que durante as oficinas preparou acarajés para os alunos, explicou que a atividade está relacionada à semana da Consciência Negra e que este é um tema bastante explorado na escola, não somente no mês de novembro.

“Aprendi a fazer acarajé em 2017 e de lá para cá, os alunos sempre me cobram nessa época do ano. Então, servir acarajés na semana da Consciência Negra virou tradição na escola. E a gente não faz só pra comer, a gente explica do que é feito, de onde vem, qual povo trouxe ao Brasil. A gente procura unir todas as informações, a história e a alegria do povo africano de uma forma lúdica. A escola está localizada próximo a um quilombo urbano, a Maloca, e a população do bairro é de maioria negra. Por isso, durante todo o ano procuramos abordar esta temática, para que as crianças possam se observar, se entender”, conta Itamara.

A professora Tereza Vieira explica que todas as ações realizadas nesta semana buscam envolver os estudantes de forma lúdica, adequando o conteúdo à capacidade de entendimento para a idade/série.  “Essas oficinas ajudam a resgatar a história do negro no Brasil e são atividades descontraídas, ao ar livre, em que eles conseguem entender todos os ensinamentos que o povo negro trouxe ao Brasil e que, muitas vezes, é desconhecido para eles”, conta Tereza.

Muitos conhecimentos adquiridos com as oficinas serão repassados pelos alunos às suas famílias. É o que conta a estudante Ana Clara de Jesus. “Achei tudo uma maravilha, gostei das histórias e de aprender a fazer a boneca abayomi. Quando chegar em casa, vou fazer e vou ensinar todo mundo a fazer também”, disse.

Essa foi a primeira vez que Lana Victória Martins participou de uma atividade relacionada à Consciência Negra. “Achei muito legal. Aprendi a fazer a boneca africana e aprendi bastante coisa sobre ela. Também gostei do acarajé, eu sempre comi e amo, e ainda fiquei sabendo a história sobre essa comida que eu não conhecia ainda”, destacou Lana.