Idosos do Cras Madre Tereza participam de atividades terapêuticas

Assistência Social e Cidadania
23/11/2021 17h17

O grupo de idosos “Bom Viver”, do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) ofertado no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Madre Tereza de Calcutá, situado no bairro Jabotiana, participaram na tarde desta terça-feira, 23, da musicoterapia, atividade terapêutica proporcionada por uma clínica de saúde da região.

A ação foi realizada na Associação de Moradores dos conjuntos Sol Nascente e Juscelino Kubitschek, no bairro Jabotiana. De acordo com o psicólogo e técnico de referência do Cras Madre Tereza de Calcutá, Pedro Alves, a iniciativa é fruto de uma articulação entre a clínica de atendimento médico, as equipes do SCFV e do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), ambos do Cras, e a Associação.

“Fomos convidados a integrar uma programação de atividades terapêuticas. Ao executar ações como essa em nosso Cras, percebemos que as atividades lúdicas mexem muito com o emocional dos idosos, principalmente nesse período, no qual estamos saindo de uma fase crítica e as questões emocionais precisam ser trabalhadas. Todos estavam com uma grande expectativa para se encontrarem novamente. Vimos que a musicoterapia seria uma boa alternativa para que pudéssemos promover esse retorno gradual das atividades socioeducativas presenciais tomando os cuidados contra a covid-19”, explicou.

Durante o período crítico da pandemia, os atendimentos e atividades socioeducativas da unidade da Proteção Social Básica (PSB) foram suspensos, sendo feito acompanhamentos virtuais e visitas domiciliares aos usuários.

“Pelo grupo de WhatsApp enviamos atividades temáticas elaboradas pelos educadores sociais e equipe técnica. Nos preocupamos também com aqueles que não tinham acesso à tecnologia levando kits socioeducativos com atividades como caça-palavras, pinturas, jogos de memória, livros, dentre outros, nas residências. Conseguimos manter o vínculo com os usuários  fazendo o acompanhamento remoto”, concluiu o psicólogo.  

Segundo o musicoterapeuta Nilton Nascimento, profissional responsável por realizar a atividade com os idosos, a música possui diversas funções, além de proporcionar bons momentos ou resgatar lembranças boas da vida.

“Ao escutar uma música que você goste, são liberados hormônios como endorfina e serotonina, os quais dão prazer. Essas mudanças provocadas no organismo acabam proporcionando bem-estar e diminuição da dor. Eles tiveram a experiência de conhecer os instrumentos e mesmo sem saber manuseá-los seguiram no mesmo ritmo musical. A musicoterapia tem a capacidade de proporcionar qualidade de vida às pessoas através da música”, contou.

Segundo a proprietária da clínica de saúde mental, Kelly Coutinho, as atividades terapêuticas acontecem em comemoração ao aniversário de quatro anos do empreendimento. A ideia é beneficiar a comunidade com ações em saúde gratuitas, ampliando o atendimento para a população em situação de vulnerabilidade social.

“Falar de saúde mental ainda é um tabu e precisamos romper barreiras. Algumas pessoas não têm condições de arcar com um atendimento médico particular. São nesses tipos de atividades que podemos falar abertamente sobre o assunto com maior tranquilidade. Entramos em contato com a Associação de Moradores para que convocasse a comunidade, incluindo os usuários do Cras. Fomos bem acolhidos no bairro e nada melhor do que retribuir esse reconhecimento oferecendo nossos serviços dentro da comunidade. Foi maravilhoso. Todos adoraram”, destacou.

A dona de casa Maria Euda Barreto, moradora do conjunto Santa Lúcia, é usuária do Cras Madre Tereza há aproximadamente 15 anos. Ela cantou, dançou e se emocionou ao ouvir as músicas.

“Participei da aula de teatro ontem e hoje vim novamente. Está sendo muito bom. Quando ficava em casa, sem poder sair, era muito ruim. Agora que estamos voltando aos poucos, está sendo uma benção. O Cras é muito bom. As equipes iam à minha casa me visitar para levar minhas atividades. Eles sempre estavam comigo, mesmo distante. Nosso vínculo não foi rompido”, contou.