Notificação de casos relacionados ao Aedes aegypti auxilia no combate ao mosquisto

Agência Aracaju de Notícias
14/01/2022 07h01

O verão chegou e com ele a reprodução do Aedes aegypti se torna mais intensa devido ao maior número de chuva somado ao calor intenso da estação. Para tanto, no momento em que ainda há a incidência da covid-19 e da gripe influenza, na capital sergipana, a devida procura por orientação médica e consequente notificação de doenças relacionadas ao mosquito se torna ainda mais importante para que ações municipais de combate ao vetor possam ser desenvolvidas. 

Devido a uma decisão judicial impulsionada pelo período de pandemia do coronavírus, a Prefeitura de Aracaju permanece impedida de realizar o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), ferramenta essencial para medidas de prevenção, o que faz com que as ações por parte da população de tornem ainda mais imprescindíveis para o trabalho de controle do mosquito e das doenças transmitidas por ele (dengue, zika e chikungunya), como explica o coordenador do Programa Municipal de Combate ao Aedes, Jeferson Santana. 

“O LIRAa é uma das ferramentas que utilizamos para saber o índice de infestação. Ele nos dá uma amostragem no âmbito geral da cidade e de bairro a bairro. Porém, ele não é a única ferramenta. Conseguimos atrelar a ele o número de notificações de casos que recebemos. Então, pegamos o LIRAa e essas notificações e fazemos o cruzamento de dados para disparar as ações. Sem o LIRAa, deixamos de ter a previsão de onde há maior incidência, mas ainda temos os casos notificados. A partir do momento que recebemos as notificações, planejamos o bloqueio de transmissão, assim, enviamos nossas equipes para tentar identificar os supostos criadouros do mosquito e, em seguida, fazemos a aplicação do fumacê”, afirma Jeferson Santana.

Justamente pelo impedimento de realizar uma ação preventiva, o coordenador reforça a importância da conscientização da população. “Sempre frisamos que quem combate o Aedes aegypti é a população. Nós, enquanto gestão, damos um suporte, mas o trabalho principal é da população. Se cada cidadão de Aracaju mantivesse o seu espaço, imóvel (residência, comércio ou terreno baldio) limpo e tivesse o cuidado de verificar os possíveis depósitos do mosquito, teríamos uma situação mais tranquila com relação à infestação pelo Aedes e, consequentemente, de pessoas adoecidas por uma das três arboviroses”, salienta Jeferson. 

Verão
Uma das preocupações dos agentes de endemias está voltada para o ciclo de evolução do mosquito. A infestação é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas.

Uma fêmea do Aedes aegypti é capaz de depositar cerca de 1.500 ovos e em diversos criadouros, para garantir a dispersão e preservação da espécie. Em condições adequadas de temperatura, o mosquito pode chegar à fase adulta em, aproximadamente, dez dias. Por isso, a necessidade de constante vigilância.  

“Nesse período mais quente do ano, em cinco dias, já temos mosquito. Se colocarmos na conta que, na última semana de dezembro, tivemos pancadas de chuva, esses mosquitos que desovaram nesse tempo já estão voando, e aí a conta é simples: quanto maior número de mosquito circulando pela cidade a tendência das pessoas adoecerem por uma dessas arboviroses também aumenta”, destaca o coordenador.

De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), de janeiro a dezembro de 2021, Aracaju registrou 405 casos notificados de dengue, 852 de chikungunya e 114 de zika. 

“São números que nos deixam preocupados porque, na primeira semana do ano, nós já recebemos notificações que, sim, ainda precisam ser investigadas, mas não deixam de nos deixar em alerta. Por isso, é muito importante a contribuição da população, tanto para a prevenção como para a notificação de casos suspeitos. No momento, é com isso que podemos contar para acionar medidas de controle”, reforça Jeferson. 

Painel
A Prefeitura passou a disponibilizar, em meados de dezembro passado, o painel de monitoramento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A nova ferramenta apresenta dados e gráficos dos casos notificados e confirmados de dengue, zika e chikungunya na capital sergipana.

O painel de monitoramento, disponível no link www.aracaju.se.gov.br/saude/indicadores_epidemiologicos, é atualizado semanalmente e apresenta um histórico dos mapeamentos realizados em anos anteriores a fim de traçar um comparativo e, com isso, identificar ciclos de reprodução do mosquito em Aracaju. Com essa análise prévia, é possível atuar de forma antecipada, a fim de evitar uma epidemia de doenças transmitidas pelo Aedes.