Consciência Negra: Prefeitura garante políticas públicas à população negra de Aracaju

Assistência Social e Cidadania
19/01/2022 08h31

Durante o ano, diversas datas em alusão ao combate ao racismo são comemoradas. Em âmbito local, no dia 19 de janeiro é comemorado o Dia Municipal da Consciência Negra, um marco no calendário em memória a João Mulungu, principal líder sergipano contra a escravidão em sua época.

No que diz respeito às ações para combater o racismo, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, atua a partir da Diretoria de Direitos Humanos (DDH), mais especificamente da Coordenadoria de Igualdade Racial.

Além disso, a pasta atua por meio do Conselho de Promoção de Igualdade Racial, criado em 2018 pela gestão municipal. Com isso, foi possível assegurar a entrega de cestas básicas para a população negra, principalmente para povos de terreiros e comunidades quilombolas que foram muito afetados durante a pandemia.

Outro importante projeto, o “Aracaju Sem Racismo”, cumpre papel fundamental dentro das ações realizadas pela Assistência Social da capital. Nele, são promovidas oficinas com pessoas das comunidades que envolvem os mais de 40 bairros de Aracaju, focando no combate ao racismo institucional e na violência contra a população negra.

Atuação intersetorial
Para garantir direitos e combater o racismo na capital, mantendo acesa a chama do legado deixado por Mulungu, a gestão municipal conta com atuação intersetorial, abordando ações direcionadas desde as crianças até os adultos. Em relação aos pequenos, o foco está na educação.

Projetos como o “Benguela: Meninas Negras Contam Suas Histórias”, “Lápis de Cor” e “Ilé-Iwé”, desenvolvidos em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Semed) nas escolas municipais, envolvendo alunos, professores e coordenadores pedagógicos, cumprindo papel fundamental no combate à desigualdade racial por meio de atividades lúdicas, estimulando a interação.

Dia Municipal da Consciência Negra
A data foi escolhida para homenagear a figura de João Mulungu, principal líder sergipano na luta contra a escravidão. Nascido em 1851, João viu sua mãe ser assassinada a chicotadas pelo seu “proprietário” e, ao conseguir fugir do Engenho Flor da Roda, em 1868, passou a liderar quilombos predatórios e colaborar para a fuga de milhares de escravos.

Mulungu foi preso em 19 de janeiro de 1876 quando sua localização foi revelada ao tenente João Batista da Rocha pelo escravo Severino. Posteriormente, foi condenado a morte e tem como apelido ‘Zumbi Sergipano’ por sua importância regional e trajetória parecida com Zumbi dos Palmares.

Segundo o diretor da DDH, Ilzver Matos, o reconhecimento de figuras históricas do movimento negro e a data alusiva é um marco, pois amplia o compromisso em combater o racismo.

“É uma forma de resgatar a história dessa personalidade negra, mostrar para a sociedade que essa história precisa ser recontada através de outros marcos e apontar para o futuro para que haja uma ampliação dos direitos dessa população que consegue se ver nesse espaço, se reconhecer e ser pensado enquanto sujeitos de políticas públicas”, afirmou o diretor.