Projeto de dados espaciais de Aracaju favorece planejamento da Prefeitura

Agência Aracaju de Notícias
08/03/2022 07h01
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Projeto de dados espaciais de Aracaju favorece planejamento da Prefeitura

Um banco de dados que identifica com qualidade toda a geografia do município, com imagens aéreas, terrestres em 360º, além de mapeamento a laser com identificação de altimetria e planimetria. Isso é o que o Projeto de Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE - Aracaju) vai possibilitar à população aracajuana. O projeto é desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Fazenda (Semfaz), para tornar a capital sergipana uma cidade ainda mais inteligente.

A iniciativa objetiva disseminar a geoinformação na gestão municipal, conectar a população aracajuana à cidade por meio digital, compartilhar informações de interesse coletivo e monitorar a infraestrutura e os serviços públicos de forma contínua.

A partir deste projeto, que já está em execução, será possível modernizar a base de dados geográficos de Aracaju e criar um cadastro territorial multifinalitário, que contribuirá para o monitoramento contínuo da cidade e a geração de uma infraestrutura de dados espaciais robusta sobre o município.

A IDE - Aracaju, no momento, está realizando o processo de atualização da base cartográfica do município, feito em três partes: o aerolevantamento, o mapeamento móvel e a topografia. O aerolevantamento detalhará as características do território de Aracaju, e, além de realizar fotografias em alta qualidade, essa etapa conta ainda com varredura a laser que identifica detalhes aprofundados sobre a altimetria das diferentes estruturas que compõem o ambiente e uso do solo aracajuano.

De acordo com a coordenadora de planejamento e geoprocessamento da Semfaz, Manuela Nascimento, a aeronave responsável pelo aerolevantamento fará fotografias do município em 46 faixas diferentes, do sul para o norte, e atualmente conta com 50% do serviço executado, com 18 faixas fotografadas.

Ainda segundo ela, “esse voo-foto já era para estar concluído, mas as condições de tempo não estão favoráveis, já que as fotos não podem ser feitas com a presença de sombra das nuvens ou de determinado posicionamento do sol”. Portanto, ressalta Manuela, o voo só pode ser executado entre as 8h30 e as 14h30, dependendo das condições climáticas.

Já para o mapeamento móvel, foi utilizado um veículo equipado com uma câmera 360º de alta qualidade que percorreu todas as ruas da cidade fazendo fotografias. Foram cerca de 180 km de ruas e avenidas da cidade exploradas e registradas, e o material agora está em fase de processamento.

“Atualmente estamos com uma defasagem na atualização da malha de logradouros porque a cidade cresceu muito. Com esses dados coletados poderemos mapear os percursos de novas ruas e gerar um cadastro com novos nomes, atualização de CEPs, numeração de casas e uma série de benefícios”, explica Manuela.

Quanto ao levantamento topográfico, foi criada no município uma nova rede de referência cartográfica que deve servir como base, para dar suporte e apoio para levantamentos futuros. Foram implantados 60 marcos no município, os quais darão suporte para todo tipo de levantamento cartográfico, incluindo aerolevantamentos com drones, que servem, por exemplo, para se ter uma localização exata de qualquer ponto da cidade ou atualizar as fotografias aéreas em áreas de interesse. A última implantação desses marcos havia sido realizada em 2004.

“Os três levantamentos juntos geram um conjunto de dados vetoriais e imagens que serão entregues pela empresa contratada até abril de 2023. Esse conjunto corresponde a um mapeamento detalhado, que inclui a representação das árvores, postes, pontes, praças e edificações, enfim, todos os elementos que compõem a cidade, desenhados em formato de linhas, pontos e polígonos”, disse a coordenadora.

Resultados
Com a finalização desse projeto, diferentes secretarias poderão utilizar esses dados para executar de forma precisa diferentes tipos de ações que trarão benefícios para a população aracajuana, além de contar com uma atualização cartográfica completa e moderna que deve auxiliar no planejamento da capital.

“Para que possamos planejar uma cidade, primeiramente precisamos conhecer a sua situação atual. Com esse projeto a gente consegue ter uma visão bastante detalhada e com precisão da infraestrutura, do meio ambiente, dos serviços e equipamentos públicos de Aracaju. Através dele será possível, por exemplo, realizar estudos sobre epidemias, distribuição de doenças, raio de população que as escolas podem suprir, atualização cadastral de imóveis para entender como a cidade cresceu e se desenvolveu e outras utilidades. Outras cidades já estão consultando a gente para saber como está sendo feito esse projeto, que pode se tornar uma referência no país”, detalhou a coordenadora.

Ainda segundo Manuela Nascimento, o município que possui uma boa base cartográfica pode contar ainda com economia de recursos para a execução de obras de importância para a população, podendo aplicar esse recursos na execução de outros serviços.

“Ter uma boa base cartográfica diminui custos para a execução de obras, porque passa a não ser necessário a contratação de uma empresa para realizar certos tipos de trabalho.
Além da empresa que está fazendo esse levantamento, outras duas estão, também, prestando assessoria para que os técnicos do município possam fiscalizar o serviço e produzir o cadastro municipal multifinalitário. Eles estão sendo treinados para que possam ter autonomia na execução de alguns serviços, sem que haja a necessidade de contratar empresas para isso”, ressalta.