Prefeitura elabora protocolo pós-covid para usuários da rede de saúde municipal

Saúde
09/03/2022 11h38

Mesmo diante de evidências limitadas acerca das manifestações e sintomas prolongados após a infecção por covid-19, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, elaborou um protoloco pós-covid para acompanhar e tratar pacientes que apresentem sintomas persistentes.
 
Assim como todo acesso inicial aos serviços públicos de saúde, a Rede de Atenção Primária (Reap) é a porta de entrada para assistência das pessoas que necessitarem desse acompanhamento. 

Conforme descreve o documento, foram traçados três principais grupos de pacientes que apresentam sintomas prolongados. No primeiro deles, estão pacientes que tiveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e persistem com sintomas predominantemente respiratórios, sobretudo a dispneia (falta de ar ou dificuldade de respirar). Esse grupo inclui ainda aqueles com a síndrome pós-terapia intensiva. 

“Além disso, também estão inseridos nesses grupos os pacientes com doença multissistêmica, com acometimento cardíaco, respiratório, neurológico e/ou de outros órgãos. E ainda os pacientes com sintomas persistentes, muitas vezes dominados pela fadiga, mas sem evidências de lesões orgânicas”, explica a médica responsável pelo protocolo, Anna Ligia Rodrigues de Menezes dos Santos.
 
Abordagem e acompanhamento
Como destaca a médica, a Rede de Atenção Primária e suas equipes de Saúde têm um papel fundamental no acompanhamento, tratamento e reabilitação dos casos de covid-19, e os usuários que foram infectados pela doença e apresentam sintomas persistentes devem buscar o serviço.

“Inicialmente é necessário avaliar a história da infecção pelo coronavírus e as complicações advindas do quadro, que impactam diretamente nas medicações em uso pelo paciente. Também devemos avaliar comorbidades exacerbadas ou que deixaram de ser controladas durante o quadro agudo, como diabetes, hipertensão, DPOC, asma ou cardiopatia”, orienta Anna Ligia. 

Pacientes com internação prolongada em UTI podem ser acometidos pela síndrome pós terapia intensiva. Nesses casos, a equipe das Unidades Básicas de Saúde irá avaliar situações como descondicionamento físico e respiratório, perda de massa muscular, desnutrição e déficits cognitivos, para direcionar o paciente para o acompanhamento necessário na rede.

“A saúde mental também deve ter papel de destaque na avaliação dessa população, pois podem ser desencadeados quadros de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, seja pelo isolamento ou incerteza de sua própria sobrevida. Nesse sentido, o profissional de saúde da unidade também está orientado a realizar o encaminhamento necessário para os serviços da rede”, ressalta a médica.