Aracaju 167 anos: mesmo com desafios da pandemia, a cidade não parou de crescer

Agência Aracaju de Notícias
15/03/2022 14h00

“A pandemia pegou todos de surpresa”, relembra a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza. “Nós não sabíamos o que fazer, era algo completamente novo. Então tivemos que agir com rapidez diante de muitas incertezas, com informações desencontradas e sem tratamentos confiáveis. Foi um grande desafio, que impactou diretamente a vida de todos e a gestão pública, pois tivemos que reordenar os investimentos para combater a pandemia”, relata. 

Os impactos não foram apenas na área da saúde. Com a necessidade de reclusão para evitar a circulação do vírus, o comércio foi fechado, os turistas não podiam mais viajar e as praias da capital, antes movimentadas, se tornaram ermas. Foi um momento de medo, incertezas e de riscos, pois muitos perderam a vida acometidos pela covid-19, doença que se espalhou por todo o mundo, impactando esse início de século com uma grave crise sanitária e econômica.

Sérgio Ferrari, secretário da Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), ressalta que Aracaju vinha em um ritmo de crescimento constante. “Nós estávamos avançando em diversas frentes, atuando na melhoria da infraestrutura, do saneamento e da limpeza pública. O prefeito, com sua capacidade de articulação, tinha conseguido investimentos e recursos para executar obras. Por isso, estávamos com diversos projetos em andamento”, descreve. 

No momento em que a maior parte dos recursos conquistados foram liberados para o início das obras, veio a pandemia. “Como estávamos diante do desconhecido, tudo parou. Então aquelas obras que estavam em andamento ou prestes a ser iniciadas, foram interrompidas, aumentando ainda mais o impacto econômico”, pontua o secretário. 

Salvar vidas 
Os esforços da administração da capital se voltaram para um objetivo urgente: salvar vidas. O orçamento municipal precisou ser reordenado, para contratar trabalhadores da saúde, aumentar o número de leitos, comprar equipamentos e insumos para atender os aracajuanos contaminados com o novo coronavírus. 
 
Segundo Waneska, tudo precisou ser feito me forma muito rápida. “Não havia tempo de planejar pensando em todos os detalhes, era um momento de urgência, que demandou rapidez, e assim fizemos”, reforça. Quando o primeiro caso da covid foi confirmado na capital, no dia 14 de março de 2020, a Prefeitura já tinha pronto um plano de ação, que foi executado com rigor e celeridade. 

Entre as ações que foram implementadas de forma urgente, estava a sanitização dos locais públicos, distribuição de máscaras, instalação de pias e tótens de álcool em gel, fiscalização para garantir o cumprimento das normas de biossegurança e de limitação da circulação de pessoas, evitando a transmissão do vírus. 

“Foi um desafio enorme, em especial conseguir convencer a população de que as medidas que estávamos tomando eram necessárias naquele momento. E diante das dificuldades, nós conseguimos. Mesmo nos momentos de pico, quando tivemos que intensificar os esforços, a pandemia não esteve em descontrole aqui em Aracaju. E com o início da vacinação conseguimos avançar muito, freando os picos de contaminação”, avalia Waneska.

Continuar a crescer 
Passado o primeiro momento da pandemia, quando as obras foram paralisadas, a Prefeitura conseguiu realizar uma retomada gradativa, pois alguns empreendimentos foram reconhecidos como serviço prioritário e que teriam, inclusive, impacto direto para ajudar a combater a pandemia. Assim, as obras de infraestrutura, esgotamento sanitário e demais atividades ao ar livre, puderam ser retomadas, com a adoção dos protocolos de biossegurança nos canteiros.

“O que demorou mais a ser retomado foram as obras de edificação, a exemplo das escolas, a maternidade, pois nesse caso havia a demanda de muitos profissionais e a execução de serviços internos. Então essas obras só puderam ser retomadas após cinco ou seis meses do início da pandemia”, informa Ferrari. 

Os desafios foram muitos, não só por causa das limitações, que obrigaram a diminuir o quantitativo de trabalhadores nos canteiros de obras, mas a própria crise econômica e a limitação de circulação pelo país acarretaram no desabastecimento, dificultando a compra de insumos para a execução dos serviços. 

Mas apesar de todos esses impasses, as obras continuaram, dentro das possibilidades. E temos como consequência desse empenho da Prefeitura e compromisso com o crescimento da cidade a entrega de obras de infraestrutura no bairro Japaõzinho, loteamentos Moema Mary I, II, II e IV, Jardim Bahia, Rosa do Sol, rua Lagoinhas, Jardim Indara, Tia Caçula, Isabel Martins, Santa Catarina e Coqueiral, todas na zona Norte. 

Na Zona Sul, foram finalizadas e entregues à população obras estruturantes na Atalaia, na Coroa do Meio, na Aruana, no 17 de Março e Santa Maria, nas localidades Senhor do Bomfim, Terra Dura, Marivam, Paraíso do Sul e Pantanal.

“Essas obras executadas durante a pandemia foram realizadas em localidades carentes de infraestrutura, então elas provocam uma mudança radical na cidade. Um impacto muito necessário para retomar a perspectiva de vida e de crescimento humano, econômico e social, para que possamos superar este momento tão complicado imposto pela pandemia”, expressa o secretário da Infraestrutura.