Saúde de Aracaju discute cenário da pandemia com referência nacional em sanitarismo

Saúde
15/03/2022 13h56
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A convite da secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto participou, nesta terça-feira, 15, de uma videoconferência para discutir sobre o atual cenário da pandemia. Também participaram da reunião online a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde, Taise Cavalcante, a médica infectologista da SMS, Fabrizia Tavares, e o membro do Comitê de Operações Emergenciais e professor da UFS Paulo Martins. 

Entre os temas em questão, a cobertura vacinal e sua importância na tomada de decisões e aplicação das medidas sanitárias. Para Gonzalo Vecina, que já atuou como secretário nacional da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e diretor presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é preciso cautela nas decisões, informar e orientar a população e estimular cada vez mais a vacinação. 

O médico reforçou o que ele considera como pontos importantes a serem considerados no atual cenário da covid-19: a comunicação com a população, o impacto da vacinação e a importância do uso da máscara em locais com maior risco de contaminação pelas aglomerações. 

“Precisamos passar as notícias para a população, umas boas e outras ruins, a pandemia continua e ela mata. E entre as notícias boas é que a vacina é boa e a máscara protege”, salientou.  

Ele ainda citou uma publicação realizada pelo governo do estado de São Paulo sobre a mortalidade entre vacinados e não vacinados. “De acordo com a publicação, morrem 26 vezes mais pessoas não vacinada do que vacinadas, sem ter buscado a segunda dose ou a dose de reforço. Vacina protege”, enfatizou. 

A secretária Waneska elencou algumas estratégias realizadas pelo Município para alcançar a população e estimular cada vez mais a vacinação, destacando a busca ativa realizada nas escolas com o retorno do ano letivo. 

“Nossas equipes estão nas escolas, para vacinar com a primeira e com a segunda dose, quem já está apto a completar o esquema vacinal. E no monitoramento que fazemos, até o momento, não identificamos aumento no número de casos de crianças em decorrência do retorno das aulas. Da mesma forma temos dialogado com a Secretaria Municipal da Educação sobre a aplicação das medidas sanitárias e a realização de um rodízio nas atividades de recreação”, explicou.

Vacinar é preciso
Os participantes da reunião foram unânimes na avaliação sobre a importância do avanço na imunização para uma maior cobertura vacinal, como forma de reduzir cada vez mais a transmissão do vírus e a possibilidade de novas variantes. 

De acordo com Paulo Martins, estudos recentes em Sergipe apontam uma mudança no perfil de óbitos entre a variante delta e ômicron, por conta do estado imunológico. Nesse sentido, o especialista ressalta ainda a necessidade de uma campanha de busca ativa para melhora nos índices de aplicação da dose de reforço. 

“Fizemos um estudo recente sobre a carga da doença entre vacinados e não vacinados. O perfil mudou um pouco, desde a delta, quando tínhamos mais de 75% das mortes concentradas em indivíduos não vacinados. E com a introdução comunitária da ômicron, mudou um pouco o parâmetro, por conta do estado imunológico, tivemos óbitos em indivíduos com as duas doses da vacina, mas que não tomaram a dose de reforço. E temos discutido entre os gestores, tanto com a secretaria da capital quanto do estado, para criar alternativas de buscar essas pessoas que não estão se vacinando”, destacou.