Inclusão favorece desenvolvimento de alunos com síndrome de Down

Educação
21/03/2022 15h46

A Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), atua para que as 74 escolas da rede municipal sejam cada vez mais inclusivas e capazes de atender a toda a população com os serviços necessários não só para a inserção do aluno no ambiente escolar, mas para o acesso à aprendizagem.

Para estudantes com síndrome de Down não é diferente. Os serviços oferecidos na rede, atualmente, são o atendimento educacional especializado, a sala de recursos multifuncional e a disponibilização de um cuidador, que é o profissional de apoio, caso a criança necessite de um acompanhamento. A orientação para os professores, por parte da Semed, é que haja flexibilização curricular e adaptação de material e de atividades para estes estudantes.

Uma escola comum e regular é importante para que o estudante público-alvo da educação especial possa conviver com todos. A coordenadora de Educação Especial da Semed, Thaisa Aragão, evidencia que esta convivência é importante tanto para aqueles que têm síndrome de Down, quanto para os que não têm algum tipo de deficiência, aprendendo a respeitar as diferenças e auxiliar o outro.

"Cada estudante tem o seu próprio tempo. Tem aquele aluno com síndrome de Down que tem deficiência intelectual como uma comorbidade e tem aquele cujo grau é leve, se comunicando e interagindo bem, aprendendo com facilidade. Na verdade, o que mais preconizamos, de acordo com a perspectiva da política nacional de inclusão social, é que os estudantes sejam avaliados qualitativamente a partir do seu próprio referencial, levando em conta o quanto ele avançou ano após ano", afirma Thaisa Aragão.

Mãe da Sara Raphaele, aluna com síndrome de Down da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Irene Romão de Brito, no bairro Santa Maria, Josidete Costa vê a inclusão da filha no sistema escolar do município como fundamental para o desenvolvimento de todos, já que "ela aprende com eles e eles com ela", segundo a genitora.

"Ela chega da escola, abre a mochila, pega o material e nos mostra. A gente percebe o quanto ela gosta de ir para lá na rotina da manhã. No ano que Sara entrou na escola, em 2020, veio a pandemia e as aulas ficaram remotas, mas quando voltou foi ótimo para o entrosamento dela, participando das atividades e das brincadeiras. A Emei Irene Romão também é uma excelentíssima escola. Professores, diretora e coordenador maravilhosos", conta dona Josidete.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Papa João Paulo II, também no Santa Maria, as professoras da Sala de Recursos, Ana Angélica Pinheiro e Priscila Brandão, prepararam uma ação especial para celebrar este Dia Internacional da Síndrome de Down com a turma do 3º ano. O momento foi intitulado como 'conhecendo, convivendo e respeitando as diferenças', e objetivou fazer com que os alunos conheçam e aprendam a respeitar e conviver, de forma harmoniosa, com o diferente.

"Apresentamos a proposta de forma bem lúdica. Mostramos fotos dos cromossomos, explicamos que é uma condição genética e como funciona. Enfatizamos que a pessoa com esta síndrome não tem uma doença, que pode apresentar um ritmo de aprendizagem menor, mas isso não impede que se desenvolva. Depois trabalhei uma música, uma historinha, e pedi para que representassem tudo através de desenhos. Foi neste momento que uma coleguinha parou em frente a Evelyn (aluna da turma portadora de síndrome de Down) e pediu um abraço, um momento muito bonito para todos. Eles puderam perceber uns aos outros e suas diferenças, de acordo com as condições genéticas", relata a professora Ana Angélica.