Há um ano e quatro meses, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), assegura assistência a pacientes que são desospitalizados, através do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). Por meio desse serviço, pacientes internados na rede pública de saúde da capital (Hospitais Fernando Franco e Nestor Piva, Hospital e Maternidade Santa Isabel e Hospital São José) em condições de continuar o tratamento em internamento domiciliar, são acompanhados pelas equipes. Com a ampliação do serviço, pacientes em situação de fragilidade que necessitam de um plano terapêutico mais específico são encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Desde sua implantação, até o momento, o SAD já recebeu 422 solicitações de avaliação. Desse total, 192 pacientes já receberam alta médica, 148 solicitações foram recusadas, 39 pacientes vieram a óbito, seis necessitaram de hospitalização e 36 estão sendo assistidos atualmente.
Conforme orientação do Ministério da Saúde, o SAD é um serviço porta aberta, cuja entrada poderá ser pela UBS, pelos hospitais ou pelo próprio paciente que poderá solicitar avaliação pela equipe por e-mail. O SAD não se trata do atendimento prestado pelas UBSs aos pacientes acamados ou com deficiência, realizado pelas equipes de Saúde da Família de cada unidade, nem fornece insumos como medicamentos e fraldas, também a cargo da UBS.
“Quando foi lançado, o SAD tinha como público-alvo os pacientes acamados que estavam internados nos hospitais municipais Fernando Franco e Nestor Piva. Desde agosto do ano passado, o serviço foi ampliado e, atualmente, além desses pacientes e dessas unidades, as equipes também prestam assistência à pacientes das UBSs e de outros hospitais da Rede de Urgência no Município que apresentam um quadro delicado que necessite de um cuidado mais diferenciado”, explicou Ana Carolina Moura, diretora técnica do SAD.
Regulação
Para que o paciente inicie o acompanhamento com a equipe do SAD, quando hospitalizados, a própria unidade hospitalar faz a solicitação do serviço. Quando se trata de um paciente vindo da Rede de Atenção Primária (REAP), a UBS realiza a solicitação. Também é possível que o paciente ou cuidador solicitem uma avaliação via e-mail (saude.sad@aracaju.gov.br) ou de forma presencial na sede do serviço, localizada na Cidade Comercial, na Avenida Etelvino Alves, 1294 - Sala 02, Bairro Inácio Barbosa. Antes da possível admissão, em todos os casos, a equipe multidisciplinar realiza uma visita para avaliação.
“Para que seja admito no serviço, o paciente deve preencher requisitos básicos e possuir algum processo agudo que necessite de internamento domiciliar. Não havendo essas condições, a solicitação é devolvida e o paciente continua sendo assistido pelo hospital ou referenciado para a UBS de sua localidade”, orientou a diretora.
Equipe multidisciplinar
Para garantia de um tratamento humanizado, o serviço conta com equipes multidisciplinares, compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais, que realizam visitas aos pacientes assistidos e acompanham a evolução do quadro.
Esses profissionais se dividem em quatro Equipes Multidisciplinares de Atenção Domiciliar (EMAD), com médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e fisioterapeuta; e uma equipe multiprofissional de apoio (EMAP) composta por nutricionista, fonoaudióloga, assistente social, fisioterapeuta, farmacêutica e psicóloga.
Alta médica
De acordo com o quadro clínico de cada paciente, o plano terapêutico é traçado, incluindo a quantidade de visitas a receber. “As visitas podem ocorrer diariamente ou em dias alternados, sempre com foco na melhora do paciente no menor espaço de tempo possível. Nesse sentido, contar com a família é essencial, visto que a cada visita a pessoa responsável pelos cuidados com o paciente recebe orientações de como realizar os cuidados necessários, seja com um curativo ou horário de medicação”, afirmou Ana Carolina.
Ainda de acordo com a médica, à medida que o quadro evolui positivamente e há uma autonomia da família no cuidado com o paciente, ele recebe alta médica e retorna para acompanhamento pela equipe da UBS.
“Não há um tempo definido para alta, portanto, ela varia de um paciente para outro. Trabalhamos com o objetivo de alcançar a recuperação daquele paciente, ou obter uma estabilidade no quadro de saúde, visto que há pacientes onde a condição de acamado é irreversível”, explicou a diretora técnica do SAD.