Creas de Aracaju iniciam sensibilizações Contra o Trabalho Infantil

Assistência Social e Cidadania
27/04/2022 17h57

Nos próximos dias, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, dará continuidade à campanha “Proteger a Infância É Transformar o Futuro”. O objetivo é alertar a população sobre o trabalho infantil e apresentar a atuação do município no combate a essa problemática por meio de ações socioeducativas pela capital sergipana.

Dando continuidade às atividades, na tarde desta quarta-feira, 27, o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) Gonçalo Rollemberg Leite promoveu junto ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Carlos Fernandes de Melo, equipamentos de referência do território do 5º distrito, a primeira reunião de sensibilização de Enfrentamento ao Trabalho Infantil.

Na semana passada, dia 20, o equipamento realizou a reunião com os profissionais e líderes comunitários no Cras João de Oliveira Sobral, situado no bairro Santos Dumont. No mesmo dia, o Creas Maria Pureza também promoveu o encontro no Cras Antônio Valença, situado no bairro Farolândia, ambos do 5º distrito.

De acordo com a gerente da Média Complexidade da Proteção Social Especial (PSE) da Assistência Social do Município, Vanessa Barreto, a informação e mobilização é um eixo previsto no Programa que tem como foco a sensibilização da sociedade civil, da família e do poder público, a articulação interinstitucional, a realização de campanhas de divulgação e mobilização da rede.

“A ideia dessas sensibilizações nos territórios é ampliar as estratégias de mobilização no âmbito da política municipal de assistência social e de outras políticas setoriais, para erradicação do trabalho infantil e proteção ao trabalhador adolescente. Nessa perspectiva, trouxemos profissionais que atuam nesses territórios, seja na área da saúde, educação, na formação do trabalho ou em ONGs, e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município, o CMDCA, para que eles desconstruam a naturalização do trabalho infantil dentro desses espaços e reconheçam a importância da notificação desse tipo de violência que é tão comum e é vivenciado por crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social”, destacou.

De acordo com o psicólogo César Gomes Gama Júnior, atual coordenador do Creas Gonçalo Rollemberg Leite, o equipamento é referência para o atendimento de meninos e meninas que vivenciam o trabalho infantil e tiveram seus direitos violados.

“Estamos fazendo mobilizações nos Cras e em toda a rede intersetorial do município, junto às secretarias da Saúde e Educação, além de lideranças comunitárias, para que todos participem deste momento, desmistificando a ideia do trabalho infantil como cultura. É chamar a atenção dos profissionais e da população para a ideia de que o trabalho infantil não engrandece a criança, ele gera prejuízos escolares, físicos, psicológicos e emocionais. Não estamos falando somente do trabalho remunerado, mas aquele tipo de trabalho não remunerado a qual a criança é responsabilizada pelos afazeres domésticos. A ideia de trabalho infantil como construção de dignificação da vida é uma construção social”, observou.

Acompanhamento técnico 
A partir do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), os usuários recebem um acompanhamento técnico com um assistente social, psicólogo e advogado sociojurídico, profissionais que fazem os encaminhamentos necessários para a rede de garantia de direitos.

A feirante Camila Alves participou como representante do líder comunitário e pastor da Igreja Adventista da Promessa, situada no bairro Lamarão. Para ela, a integração entre o Município e a comunidade é fundamental para que a conscientização seja efetiva.

“Eu trabalhava quando criança por vontade própria para obter o meu dinheiro. Na feira, presencio muitas crianças em situação de trabalho infantil correndo riscos sem saber que estão prejudicando o seu futuro. Muitas abandonam a escola para poder trabalhar. Acho muita boa essa integração porque vai ajudar a população a identificar uma criança que esteja nessa condição e identificar as suas necessidades para que possamos ajudá-la”, observou.   

Trabalho contínuo
Durante as ações da campanha, serão distribuídos cartazes e folders que exploram o artifício da sobreposição de momentos, elencando a dura realidade do trabalho infantil e posteriormente destacando a leveza de ser criança e usufruir dos seus direitos fundamentais.

Em Aracaju, as Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (AEPETI), de caráter nacional, são executadas pela coordenação da Proteção Social Especial (PSE) da Assistência Social do município. De maneira contínua, são desenvolvidas por meio de serviços, programas e encaminhamentos ofertados pelos Cras e Creas da capital, uma série de ações de prevenção, de combate e de erradicação de atividades que violem os direitos de crianças e adolescentes.