Na manhã desta segunda-feira, 9, a Prefeitura de Aracaju deu início à “IV Semana Municipal de Combate à LGBTQIfobia”, evento coordenado pela Assessoria LGBTQIAP+, braço da Diretoria de Direitos Humanos (DDH), da Secretaria Municipal da Assistência Social, que visa sensibilizar os profissionais da rede garantia de direitos da capital sobre o fluxo de atendimentos voltado a" essa população.
A primeira ação da programação foi realizada no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Jardim Esperança, bairro Inácio Barbosa, reunindo assistente social, educador social, psicólogo, coordenador e auxiliar administrativo na roda de conversa “LGBTQIfobia nos bairros: como combater?”, um debate sobre assuntos como a compreensão conceitual politicamente correta dos segmentos da diversidade sexual, identidade de gênero e leis de proteção em defesa da comunidade.
O assessor para assuntos LGBTQIAP+, Marcelo Lima, relembrou a primeira edição do evento, realizada no ano de 2018, a qual se fixou no calendário de atividades desenvolvidas pela Assistência Social na capital sergipana.
“Nosso objetivo é amarrar as discussões, o fluxo de atendimento, para fortalecer os vínculos entre a população LGBTQIAP+ e os equipamentos da Proteção Social Básica e da Saúde de Aracaju para que esse público se sinta acolhido. É importante frisar que a população conta com uma assessoria especializada que já realiza atendimentos e encaminhamentos para as unidades socioassistenciais e a outras políticas públicas”, destacou.
A coordenadora da Proteção Social Básica do Município, Catharina Menezes, avaliou como essencial a iniciativa. “Uma parceria como essa é necessária porque a unidade é referência para famílias em situação de vulnerabilidade social como porta de entrada para acesso a programas sociais e que também atende a comunidade LGBTQIAP+ de Aracaju. Essa sensibilização nos traz um novo olhar, gera um outro tipo de comportamento, para acolhermos cada vez mais essas pessoas e encaminharmos suas demandas com mais empatia e celeridade”, observou.
Segundo a coordenadora do Cras Jardim Esperança, Luana Dias, após a intervenção da Assessoria LGBTQIAP+, em 2018, a unidade intensificou os atendimentos voltados para a comunidade gerando resultados positivos.
“Reservamos dois dias para atender a essas pessoas, pois percebemos que não queriam vir para o Cras por medo de sofrerem preconceitos ou serem desrespeitadas, então, fizemos isso para acolhermos. Saíram daqui os primeiros LGBTQIAP+ inseridos no Bolsa Família, Auxílio-Moradia e no benefício das cestas básicas. Hoje, eles se sentem a vontade e seguros para procurar o equipamento de forma espontânea porque sabem que vão ser atendidos sem diferenças. Consequentemente, houve um aumento da procura do público pelo nosso atendimento”, relembrou Luana.
Para a coordenadora do Cras, intervenções sobre a população LGBTQIAP+ são necessárias para que seja viabilizado os direitos essenciais. “Nos sentimos honrados por sermos vistos como símbolo de acolhimento desse público. Essas ações são muito importantes porque essa comunidade precisa ter acesso ao Sistema Único de Assistência Social. Eles [os LGBTQIAP+] ainda têm medo de sofrer represálias pela sociedade, mas o Cras está aqui para recebê-los”, finalizou.
Programação
Na próxima quarta-feira, dia 11, às 9h, o encontro será com os profissionais do Programa de Redução de Danos (PRD), da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), na Casa dos Conselhos Municipais, situado na rua Pacatuba, 66, Centro, em frente à Praça Camerino.
Também na Casa dos Conselhos Municipais, na quinta-feira, dia 12, às 9h, haverá a palestra “Apresentação da Luta Histórica contra a LGBTQIfobia no Mundo”, uma ação voltada aos coordenadores dos Cras da capital sergipana.
Para encerrar a programação da “IV Semana Municipal de Combate à LGBTQIfobia”, na terça-feira, dia 17, será lançada a campanha de combate à LGBTQIfobia nos canais oficiais da Prefeitura de Aracaju.
