Aprender com diversão foi o que crianças moradoras do bairro 17 de Março, zona Sul da capital, fizeram na manhã desta terça-feira, 21, ao participarem da “Oficina Minha Comunidade, Meu Patrimônio”, que tratou sobre educação patrimonial, promovida pelo Projeto de Trabalho Social (PTS) desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, acompanhado e monitorado pela Coordenação da Área Social (UCP), da Secretaria Municipal da Assistência Social.
O 17 de Março é um dos bairros contemplados pelo Programa de Requalificação Urbana – Construindo para o Futuro, amplo pacote de investimentos em infraestrutura na capital sergipana com recursos do financiamento de mais de R$ 400 milhões, conquistados pelo Município, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no ano de 2019.
Paralelo às construções das obras, são desenvolvidas atividades socioeducativas junto aos moradores beneficiados, abordando eixos como Mobilização, Organização e Fortalecimento Social, Educação Ambiental e Patrimonial e Desenvolvimento Socioeconômico.
De acordo com o assistente social do PTS, Francisco Neto, responsável pelo desenvolvimento da oficina, a ação foi articulada com o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná Menezes e Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Souza de Jesus, unidades situadas no bairro para integrar toda a comunidade.
“Nosso objetivo é reconstruir histórias entre os patrimônios e as pessoas, desenvolvendo uma consciência crítica ambiental e patrimonial através da pesquisa-ação. À medida que fizemos as visitas, eles se identificaram com os espaços onde se sentem acolhidos, bem como as depredações causadas aos equipamentos. Nossa ideia é fazer com que reconheçam, cada vez mais, que esses locais fazem parte de suas vidas e de toda a comunidade, estimulando-os ao sentimento de pertencimento e educando-os a zelar pelo patrimônio público”, explica Francisco.
A oficina está divida em quatro encontros, sendo dois já realizados no mês de maio deste ano. A programação da penúltima oficina contou com dinâmica de aquecimento e integração, visitas aos patrimônios públicos construídos e revitalizados, desenho e pintura para retratar aspectos que mais chamaram a atenção das crianças durante as visitas e entrega e montagem dos quebra-cabeças com imagens da Maternidade Municipal 17 de Março e a Praça “1”.
Pequenas cidadãs
A estudante da Emef José Souza de Jesus, Noemi Ariany Silva, de 11 anos, não concorda com as depredações feitas em uma praça próximo à sua casa porque a impede de viver em comunidade.
“Eu brincava na praça, mas, agora, não dá mais porque alguns brinquedos estão quebrados. Achei muito legal fazer esse tour porque conhecemos novos lugares e podemos ajudar a Prefeitura, entrando em contato para informar o ocorrido. Acho muito errado quem depreda e falaria a essas pessoas que essa atitude é errada”, conta Noemi.
Observadora, a estudante da Emef José Souza de Jesus, Emelly Janaína Santos, 11 anos, também identificou o mau uso dos espaços. “Vi alguns brinquedos quebrados e o lixo que as pessoas jogam no chão. Eu vou falar com minha mãe sobre o que aprendi hoje. Se eu pudesse falar algo para essas pessoas que costumam depredar o patrimônio público iria perguntar ‘por que vocês quebram os brinquedos que o Prefeito deu a nós? Os brinquedos são feitos para serem utilizados e não quebrados. Se quebrar os brinquedos, ficamos sem brincar, isso é muito triste”, relata Emelly.
