Diversas vulnerabilidades atravessam a população em situação de rua, assim, a Prefeitura de Aracaju volta o seu olhar para esse público e oferece uma gama de serviços especializados. Nesta sexta-feira, 19 de agosto, Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, é importante relembrar algumas dessas iniciativas, como os atendimentos realizados no Centro Pop, o processo de abordagem social e os cuidados praticados pelo Consultório na Rua.
A data foi escolhida em memória daqueles que foram atacados, em 2004, em São Paulo, no que ficou conhecido como Massacre da Sé, no qual sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas. Completando 18 anos, em 2022, o fato desencadeou a mobilização de diversos segmentos da sociedade, em uma contínua luta pela garantia de direitos, inclusive na capital sergipana.
“Na política de assistência social, temos a Proteção Social Especial que atua, diariamente, pela garantia de direitos e oferta de serviços socioassistenciais a toda população em situação de rua de Aracaju. Ofertamos 130 vagas de acolhimento, dessas 110 nos nossos abrigos e 20 no Centro de Apoio ao Migrante, em parceria com o Estado. Além disso, temos o nosso principal equipamento de atendimento a essa população, que é o Centro POP, onde ofertamos diversos atendimentos socioassistenciais, bem como fazemos a regulação de vagas para os nossos abrigos. Já a Abordagem Social atua todos os dias no atendimento aos usuários que não conseguem acessar os nossos órgãos, fazendo uma busca ativa dessas pessoas que necessitam dos nossos serviços”, destaca a secretária municipal da Assistência Social, Simone Santana.
Centro Pop e abordagem
O Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) surgiu em 2011. Localizado, atualmente, na rua Laranjeiras, no Centro, o espaço atende uma média diária de 180 pessoas que vivem em situação de rua no município. Ele é gerido pela Secretaria Municipal da Assistência Social, funcionando de segunda a sexta-feira das 7h às 17h, e disponibilizando uma série de serviços básicos essenciais para essa população, como a oferta de um local para higiene pessoal e de objetos particulares, bem como para o auxílio na emissão de documentos que garantem cidadania e direitos sociais.
O local é fundamental ao oferecer abrigo e alimentação, além de cuidados psicossociais e auxílio para reinserir essas pessoas na sociedade
Já o serviço de abordagem social funciona como um processo de escuta qualificada das demandas de pessoas em situação de rua. Trata-se de uma busca ativa, onde as equipes técnicas, compostas por assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais, saem às ruas, em locais como praças, semáforos, prédios abandonados, terminais de ônibus, mercados, feiras, entre outros.
O serviço conta com nove equipes, sendo cinco semanais e diárias, duas equipes no turno da noite e duas aos sábados, as quais atuam divididas por território nas zonas norte e sul da capital sergipana.
Consultório na Rua
No âmbito da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), as ações realizadas pelas equipes do Consultório na Rua, por sua vez, acontecem de maneira integrada e compartilhada com a Rede de Atenção Básica (Reap), buscando oferecer, também de forma proativa, a realização de testes de hepatites B e C, sífilis e HIV, a aplicação de vacinas antitetânica, tríplice viral, da hepatite B e coronavírus e educação em saúde, de maneira a diminuir os danos sociais e à saúde, provenientes do uso prejudicial de álcool e outras drogas.
Todas as iniciativas visam a promoção de direitos e acesso a uma cidadania plena para as pessoas em situação de rua, assim como a eliminação de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, de forma que a possibilidade de viver uma vida digna não seja um privilégio, mas uma garantia para todos.