Investimentos no Japãozinho retiram áreas do bairro do mapeamento de risco

Agência Aracaju de Notícias
23/08/2022 11h30

Os investimentos recentes feitos pela Prefeitura de Aracaju na infraestrutura e urbanização do bairro Japãozinho, zona Norte da capital, foram essenciais para a solução de inundações e alagamentos que eram comuns em vias da localidade, as quais foram retiradas do mapeamento de áreas de risco mantido pela Defesa Civil Municipal. 

A administração municipal, com recursos conveniados junto ao Governo Federal, investiu mais de R$ 17,5 milhões em obras estruturantes no bairro, contemplando 11 vias (Santo Agostinho, São João, Senhor do Bonfim, São Francisco, Tv. do Arame, Rua do Arame, São Januário, Tv. Euclides Figueiredo, Rua 'H', Av. Euclides Figueiredo e Projetada), com serviços de micro e macrodrenagem, pavimentação asfáltica, mobilidade e acessibilidade.

Também foram edificadas duas bacias de contenção de 4.000 m² para receber e escoar as águas pluviais, o que foi fundamental para evitar os transtornos que eram comuns em dias de chuvas muito intensas, como relembra o secretário municipal da Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Sérgio Ferrari.

“O bairro Japãozinho era uma das áreas mais críticas de Aracaju, sofria sempre com um volume de água muito grande. O motivo desse volume era que havia uma encosta na Cidade Nova, que chegava até o Japãozinho. Ali, tinha um grande volume de chuva que descia em uma velocidade muito grande. A travessia da avenida Euclides Figueiredo era muito estreita, então, funcionava como uma barragem que segurava a água, então, o primeiro trabalho executado foi pra fazer a dragagem. Em segundo lugar, como havia um volume de água, fizemos dois grandes piscinões, que servem para acumular o excesso de água. A partir destes dois conceitos, de represar a água e alargar a avenida Euclides Figueiredo, deixamos de ter essa barreira”, detalha Ferrari. 

A Prefeitura realizou, ainda, o trabalho de esgotamento sanitário. “Quando tinha chuva, além de alagar, toda a fossa e dejetos ficavam nessa água. Era uma questão de saúde pública. Essa obra trouxe muita satisfação porque resolvemos um problema histórico, que ninguém tinha solução, e acabamos com a condição sub-humana naquele local”, completa o presidente da Emurb. 

Resultados comprovados 

Um estudo realizado pela Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec) sobre duas das localidades mais afetadas no bairro, as ruas do Arame e São Januário, aponta que essas vias registravam alagamentos a partir da precipitação de 25 milímetros em uma hora, a uma altura superior a 60 centímetros. Após a conclusão das obras, já foram registrados 40 milímetros em uma hora sem a constatação de alagamentos, motivo pelo qual a Defesa Civil excluiu esses pontos de seu mapeamento de risco. 

“Toda vez que acontece uma obra de infraestrutura em um bairro, atualizamos o mapa das regiões de risco. Para se ter uma ideia, quando a atual gestão assumiu a Prefeitura, em 2017, havia 65 pontos de alagamentos na cidade e, hoje, são 54, ou seja, 11 locais deixaram de enfrentar problemas com as chuvas, o Japãozinho, inclusive, assim como a avenida Euclides Figueiredo e o Jardim Bahia, por exemplo”, aponta o secretário da Defesa Social e da Cidadania, tenente-coronel Silvio Prado.

A transformação pela qual passou a localidade tem facilitado, também, a garantia de direitos de moradores da região, com as equipes da Secretaria da Assistência Social podendo agir com maior efetividade, como comenta a assistente social do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Risoleta Neves, Aline Rezende.

“A dificuldade que tínhamos, antes da obra, ao fazer o acompanhamento das famílias, era falta de saneamento básico, com o canal descoberto. Não havia acesso de carro e tinha muita lama nas épocas de chuva. No Cras, recebíamos muitas pessoas cujas casas haviam sido alagadas, com perda de bens materiais. Com a obra, facilitou bastante o trabalho das equipes para visitar e promover uma melhor assistência. Com a melhora na infraestrutura, diminui bastante, por exemplo, a demanda por auxílio-moradia”, aponta Aline. 

O impacto maior tem sido, no entanto, sentido pelos moradores da comunidade, pessoas como a aposentada Jane Mari dos Santos, de 61 anos, que testemunharam os tempos difíceis, passaram pelas dificuldades e, hoje, celebram a tranquilidade e a segurança. 

“Tinha bastante lama. Quando chovia, a água enchia tudo, muitas famílias precisavam se abrigar na creche. Dentro de casa, a água chegava na nossa cintura, então, perdi móveis várias vezes. Depois da obra, isso não acontece mais, valorizou nossas casas e o bairro. A gente não dormia de noite, nessa época do ano, quando chove muito, mas, agora, estou tranquila”, conta Jane. 

A satisfação é compartilhada por José de Freitas, 41 anos, que sabe que o passado de perdas ficou para trás, de forma que a chuva, hoje, não é mais motivo para receio.

“Moro no Japãozinho há 40 anos. Hoje, estamos muito bem, mas, antes, vivíamos na lama. A água entrava em casa, perdemos muita coisa. Sofremos muito, mas, agora, melhorou cem por cento. Depois de uma semana que a obra foi inaugurada choveu bastante, mas já não alagou, eu até corri na rua de alegria”, relata José.