Para além do trabalho ostensivo, na proteção das mulheres que sofreram com a violência doméstica, a Patrulha Maria da Penha (PMP), serviço realizado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Guarda Municipal, a partir do convênio firmado com o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), proporciona também ações educativas e de conscientização sobre o machismo nas unidades de ensino da rede municipal, com o objetivo de prevenir, através da educação, novos atos de violência.
Criada via Lei Municipal N° 4.480, a Patrulha Maria da Penha visita as escolas a partir de agendamento indicado pela Secretaria Municipal da Educação (Semed). De 2019 até o momento, foram realizadas 61 palestras em unidades de ensino, levando em consideração, o período de pandemia, em que o serviço ficou suspenso, retornando somente em 2022.
As ações são intensificadas em dois meses do ano: março, quando se celebra o Dia Internacional das Mulheres; e agosto, por conta da campanha Agosto Lilás, que é dedicada à conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Como aponta a coordenadora da PMP, Vileanne Brito, durante as palestras, as meninas são instruídas a identificar a escalada da violência e formas de evitar relacionamentos abusivos.
“O trabalho é de conscientização para que as meninas fiquem atentas e não entrem em relacionamentos abusivos. Mostramos o que é um relacionamento saudável, como a coisa tem que acontecer. A ideia é evitar a entrada no ciclo da violência e, assim, conseguir reduzir os casos de violência doméstica na sociedade. Ou seja, quanto maior o trabalho de prevenção, menos feminicídios vamos ter futuramente”, destaca Vileanne.
No caso dos garotos, a ênfase está em explicar as origens da violência doméstica, em uma sociedade estruturalmente machista, e a necessidade de reconhecer e respeitar os direitos das mulheres.
“A gente mostra a questão cultural machista, que é perfil da sociedade. Apresentamos como, muitas vezes, esse machismo é inconsciente, e os homens não sabem que estão praticando violências contra as mulheres. Mostramos aos meninos que eles devem respeitar, que as mulheres podem sair com qualquer roupa, que amor e sofrimento não combinam, que o respeito ao tempo delas, que não é não, ou seja, abrimos horizontes na mentalidade deles, para que entendam que as mulheres possuem direitos que devem ser respeitados”, completa a coordenadora da PMP.