Dignidade menstrual: Prefeitura dá início a oficinas do projeto Florir

Agência Aracaju de Notícias
13/09/2022 17h35

Para combater estigmas, quebrar tabus e assegurar informações importantes para a saúde física e psicológica das crianças e adolescentes que menstruam, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), deu início, na tarde desta terça-feira, 13, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) João Paulo II, no Santa Maria, a uma série de oficinas relacionadas ao projeto Florir. 

O projeto é desenvolvido pela administração municipal através de um Comitê Multidisciplinar, formado pelas secretarias da Assistência Social, Saúde e Educação, em parceria com o Ministério Público de Sergipe (MPE/SE), e busca combater a pobreza menstrual na rede municipal de ensino, garantindo às pessoas que menstruam, matriculadas nas escolas municipais e com registro CadÚnico,  o acesso, tanto ao absorvente, item indispensável, como também a ações de saúde,  educação e de combate à desinformação, ampliando o diálogo sobre o tema na comunidade escolar.  

“O Florir é pautado nas questões que se relacionam com a vulnerabilidade menstrual, ou seja, a compreensão de que toda e qualquer pessoa que menstrua tem direito de receber os insumos necessários para viver essa circunstância da forma mais higiênica e saudável possível, podendo desenvolver, também, uma boa relação com o que a menstruação representa. Ele é importante porque temos dados muito contundentes que apontam que a falta da dignidade menstrual prejudica a frequência escolar e, por tabela, também o rendimento”, explica a coordenadora de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped) da Semed, Maíra Ielena Nascimento. 

A distribuição dos absorventes tem ocorrido desde o início deste ano letivo e as oficinas tiveram início nesta terça, após o processo de formação pelo qual os profissionais envolvidos passaram. 

Segundo a técnica da Coordenadoria de Políticas para Diversidade, Claudia Mendonça, a intenção é levar informações precisas, combatendo a desinformação sobre o tema. 

“Pretendemos percorrer todas as unidades onde nós temos o registro de crianças e adolescentes que menstruam. Nas oficinas, fazemos a parte pedagógica, por meio de rodas de conversa, abordando mitos relacionados à menstruação e tirando dúvidas. Queremos que essas pessoas que menstruam deixem de enxergar a questão com vergonha, de modo que possam acessar a um direito garantido, que é o recebimento dos absorventes”, aponta Claudia. 

A estudante Vitória Campos, 12 anos, foi uma das participantes da oficina e saiu satisfeita com o que conseguiu aprender. 

“Gostei muito. Aprendemos sobre a menstruação, como ela desce, o tempo, muitas coisas que a gente não sabia”, conta Vitória. 

Ingrid dos Santos, de 11 anos, da mesma maneira, ficou feliz com a oportunidade de tirar dúvidas e entender melhor o processo da menstruação.

“Eu fico mais tranquila, entendo o que é para fazer. Gosto muito que minhas colegas participem também porque a gente aprendeu muita coisa”, relata Ingrid.