Saúde de Aracaju realiza seminário alusivo ao Setembro Amarelo

Saúde
29/09/2022 16h54

Com o objetivo de fomentar a atuação e integração dos profissionais da saúde, educação, assistência e conselheiros tutelares no cuidado e prevenção à saúde mental, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realizou, nesta quinta-feira, 29, no auditório da Faculdade Estácio de Sergipe, o Seminário intitulado “Atuação da equipe multiprofissional na prevenção e cuidado dos casos de violência autoprovocada”.

O Seminário foi aberto com um aquecimento promovido pela equipe do Programa Academia da Cidade (PAC). Em seguida, o psicólogo do Caps Jael Patrício, José Marcos de Oliveira, falou sobre saúde mental, manejo, oferta de serviços e fluxo de atendimento no SUS Aracaju.

A SMS oferta atendimentos multiprofissionais em diversos níveis no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial, cujo acesso começa a partir das Unidades Básicas de Saúde e alcança, até mesmo, o atendimento remoto. 

“O acesso a consultas em psicologia presencial ambulatorial devem ser a partir das UBS, ou seja, o usuário precisa ser referenciado e encaminhado através da unidade mais próxima da sua casa, para as unidades de saúde que ofertam atendimento com psicólogos e psiquiatras. Para atendimento por esses profissionais, é necessário encaminhamento por parte da equipe de Saúde da Família, para inserção na fila de regulação. O setor de regulação fará classificação de acordo com encaminhamento e situação de saúde da pessoa”, explica José Marcos. 

Violência

Palestrante, a referência técnica do Núcleo de Prevenção a Violência (NUPEVA) da SMS, Lidiane Gonçalves, abordou perfil epidemiológico do suicídio em Aracaju e a notificação de violência autoprovocada.

“O profissional de saúde, geralmente, é o primeiro a ter contato com a pessoa sob o risco de suicídio. Então reconhecer precocemente e fazer o manejo adequado são fundamentais, precisando envolver o Núcleo de Prevenção de Violências, a equipe multiprofissional das Unidades de Saúde e dos Caps, dialogando com demais atores da Rede de Enfrentamento”, enfatiza Lidiane. 

Ainda segundo ela, a notificação da violência autoprovocada tem sido uma estratégia fundamental, seja para o conhecimento das variáveis relacionadas ao evento, seja para mobilização dos profissionais de saúde e da rede de cuidados às pessoas em situação de risco de suicídio. “As notificações vêm aumentando a cada ano, dando mais visibilidade ao problema. No entanto, precisamos qualificar mais essas informações, preenchendo todos os campos da ficha e que os demais estabelecimentos, tais como escolas, CRAS, CREAS, Conselhos Tutelares, façam também o preenchimento da ficha de notificação de violência”, ressalta. 

Fatores de risco

O médico da rede municipal, Wiliam Barcellos, abordou, em sua palestra, o fluxo de atendimento da rede de Urgência e Emergência e os fatores de risco. 

"Falamos sobre a identificação daquele paciente que tem um fator de risco e como podemos evitar o suicídio, de modo a prevenir que um caso de tentativa de suicídio se concretize ou que existam novas tentativas, pois as estatísticas demonstram um risco elevado daqueles que tentaram anteriormente. Este ano, foram notificados, em Aracaju, 183 casos de tentativa de suicídio ou automutilação, e 27 óbitos por suicídio até o mês de agosto, ultrapassando o total de 2021, que foram 26 casos”, destaca Wiliam.