21 dias de ativismo: Prefeitura realiza ações de conscientização contra violência doméstica

A Prefeitura de Aracaju aderiu mais uma vez ao movimento internacional 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra Mulheres, realizado este ano no período de 20 de novembro a 10 de dezembro.

 

Com isso, na manhã desta sexta-feira, 25, as equipes da Secretarias Municipais da Assistência Social - Coordenadoria de Políticas para as Mulheres; da Saúde - Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva); e da Cidadania e da Defesa Social - Patrulha Maria da Penha, realizaram ações de conscientização para o combate à violência contra mulheres, no Terminal de Integração do Mercado.

Por enxergar na educação um dos principais caminhos para proteção das mulheres e reduzir os índices de violência contra elas, a Prefeitura articula diversas ações de conscientização ao longo do ano, que são realizadas de maneira intersetorial e ampliadas em datas importantes.

 

De acordo com a coordenadora de Políticas para Mulheres, Edlaine Sena, o Terminal do Mercado foi escolhido para essa articulação por se tratar de um local com grande fluxo de pessoas, podendo ter um alcance excelente no trabalho de conscientização. 

“Aqui nós conversamos tanto com homens como com mulheres para explicar sobre como eles podem fazer parte dessa luta, seja denunciando ou fortalecendo o movimento, passando as informações adiante. Nosso objetivo é estar cada vez mais próximos da população e reafirmar para as mulheres que elas não estão sozinhas”, destaca Edlaine. 

Além de estabelecer um diálogo com a população, as equipes também distribuíram cartilhas com informações importantes sobre os tipos de violência e suas etapas.

 

“Quando se trata de violência contra a mulher, não temos só a violência doméstica. Temos várias outras ocorrências e no transporte público temos a questão do assédio. Tivemos agora aprovada, recentemente, a campanha com o Setransp no transporte público, falando sobre a importunação sexual, e aproveitamos a vinda para cá para alertar para todos os tipos de violência. Aqui no terminal temos mais essa possibilidade de chamar a atenção dos homens para que eles saibam da importância de proteger as mulheres e se somar nessa luta”, reforça a coordenadora. 

Saúde 

Para a responsável técnica do Nupeva, Lidiane Gonçalves, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) desempenha papel fundamental no combate à violência contra a mulher, assim como na prestação de serviços para a mulher em situação de violência.

 

“Nós trabalhamos de forma integrada com outros órgãos que ofertam essa assistência às mulheres em situação de violência porque, pela complexidade que é a violência contra a mulher, nós precisamos ter ações articuladas e integradas. Nosso objetivo final é que possamos ofertar o serviço de forma completa para essas mulheres que estão em situação de vulnerabilidade. Então, aproveitamos esses espaços para divulgar os canais de denúncia para que as mulheres saibam com quem podem contar”, explica Lidiane.

Ela explica que Aracaju conta com 45 Unidades de Saúde da Família para atendimento às mulheres, além dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Hospitais Municipais Nestor Piva, na zona Norte, e Fernando Franco, na zona Sul, bem como o Centro de Especialidade Médica (Cemar), todos porta aberta para o atendimento às mulheres vítimas. 

“Também articulamos com os Cras [Centros de Referência da Assistência Social], Creas [Centros de Referência Especializada da Assistência Social], com a Patrulha Maria da Penha e as escolas, que podem ser portas para que sejam identificados casos de violência contra as mulheres, para que nós possamos articular, e para além das ações de judicialização, de responsabilização do agressor, nós possamos ofertar ações preventivas", pontua a coordenadora.

Os setores da saúde, ressalta ainda Lidiane, são fundamentais para todas as mulheres, sejam elas vítimas de violência física, psicológica, sexual. "Quando a mulher adentra aos nossos serviços de saúde, os profissionais estão em condições estratégicas para identificar esses sinais de violência e acolher essa mulher, e dar assistência necessária para ela, notificar esses casos de violência e encaminhar para o cuidado na rede de proteção a essa mulher em situação de violência”, detalha. 

Patrulha Maria da Penha 

A Secretaria Municipal da Defesa Social e Cidadania (Semdec) também tem atuação constante no combate à violência contra a mulher, com ações específicas realizadas pela Patrulha Maria da Penha (PMP). Uma das frentes da PMP são as ações de conscientização. 

“Nós acreditamos na educação. Esse trabalho de conscientização é muito importante, porque vamos plantando essa semente para futuramente colhermos. Precisamos fazer com que as pessoas acreditem na questão da punibilidade, e que reconheçam a importância de denunciar, bem como trazer consciência à mulher do que se trata um relacionamento abusivo”, salienta Vileane Brito, coordenadora da Patrulha Maria da Penha. 

Conscientização 

Após ser abordada pelas equipes municipais, a cabeleireira Maria Isabel reconheceu a importância de reforçar o combate à violência contra a mulher. Para ela, é fundamental que as mulheres aprendam a não aceitar nenhum tipo de violência, seja ela física, verbal ou psicológica.

“Essa ação da Prefeitura ajuda muito a dar forças às mulheres. Eu acredito que não devemos aceitar nem mesmo a violência verbal, porque isso é um passo para a agressão física. Tem que frear em qualquer sinal de violência e se não conseguir, tem que procurar ajuda. O problema é não tomar atitude”, disse Maria. 

A designer de interiores Jaqueline Melo Dias conta que entende todos os vieses que envolvem a luta contra a violência e, por isso, reforça a importância das ações de conscientização realizadas pela Prefeitura. 

“Muitas mulheres ainda são leigas, até porque viemos de uma cultura machista, onde as mulheres eram educadas para servirem aos homens. Por isso é importante educar, falar sobre todos os tipos de violência, porque não é só a física. Tem a violência emocional que conta muito”, disse.