Sejesp supera meta de fomento ao esporte em 2022

Juventude e Esporte
30/12/2022 08h05

O ano de 2022 iniciou ainda enfrentando os efeitos da pandemia da covid-19, mas, à medida que os casos da doença foram diminuindo, em decorrência do aumento do número de vacinados, as ações esportivas desenvolvidas pela Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp) foram retornando à normalidade e o trabalho de fomento ao esporte na capital sendo fortalecido.

A reabertura da Estação Cidadania – Radialista Carlos Magno, centro poliesportivo localizado no bairro Bugio, zona Oeste de Aracaju, e a retomada da realização da Corrida Cidade de Aracaju foram fatores que, logo no início do ano, ensaiaram a temporada de sucesso do esporte na capital.

De acordo com o gestor da Sejesp, Sérgio Thiessen, a retomada das atividades após a pandemia permitiu maior qualidade de vida para a comunidade do Bugio e adjacências.

“A Estação Cidadania é uma comprovação clara de que o esporte é capaz de transformar realidades sociais. Um local acessível, acolhedor, onde as pessoas têm a oportunidade de se divertir, praticar esporte e obter saúde física e emocional sem custo”.

Paralelo à volta das atividades na Estação, a gestão esteve diante da grande responsabilidade de realizar a Corrida Cidade de Aracaju após um hiato de dois anos, fazendo da 37ª edição a maior de todas, com a participação de 5.000 atletas.

“Foi um grande desafio, mas também foi uma grande emoção e alegria retomar esse evento consolidado no nosso calendário e que tem um simbolismo muito forte, já que carrega a mudança de São Cristóvão para Aracaju como a capital de Sergipe”, conta o secretário.

De janeiro a dezembro, foram realizados cerca de cem eventos esportivos em Aracaju, de caráter local e nacional, ultrapassando a meta estabelecida pelo Planejamento Estratégico da gestão, que seria de, no mínimo, 52 eventos, consolidando Aracaju como uma cidade preocupada com o esporte e com a participação da juventude.

Nesse sentido, o secretário ressalta que graças a um planejamento estratégico bem feito “conseguimos democratizar o apoio aos eventos esportivos". "Assim, abraçamos praticamente todas as modalidades, das individuais às coletivas. Além disso, sabemos das dificuldades que as instituições têm para realizar as competições, que envolvem nossa população, por isso estivemos à disposição para contribuir”.

O apoio às pessoas envolvidas com esporte, outra ação desenvolvida pela secretaria, foi expressivamente trabalhado durante 2022. Mais de 30 atletas ou membros de comissão receberam assistência para participar de competições.

Para Sérgio, esses cidadãos levam o nome da capital para fora do estado e do país. Por isso, “apoiá-los também foi uma das nossas prioridades, valorizando seu esforço e desempenho, até porque, muitas vezes eles não dispõem do necessário para permanecerem no esporte", diz. "Cumprimos com o prometido e batemos a meta de apoio”, destaca satisfeito o gestor.

Fomento ao esporte
Do total de eventos realizados em Aracaju, 12 foram de caráter nacional e internacional, a exemplo da seletiva dos Jogos Escolares Mundiais - Gymnasiade 2022; da 37ª Corrida Cidade de Aracaju; da 4ª edição do Brazil Master Cup Nordeste de Handebol; dos Campeonatos brasileiros de Hobie Cat 14 e 16; e da 23ª Olimpíadas Especiais das Apaes, evidenciando que a capital sediou, pelo menos, um grande evento esportivo a cada mês e em praticamente todas as semanas foram realizadas competições locais.

O organizador da 4ª edição do Brazil Master Cup Nordeste de Hadenbol, Almir Hulk, ressaltou o cuidado e a atenção que a Prefeitura e o povo aracajuano tiveram para que o evento acontecesse.

“Aracaju foi maravilhosa. Todo mundo saiu elogiando o esforço da cidade para que o Master Cup fosse realizado. Tivemos um número recorde de participantes e pudemos contar com o apoio da Sejesp e da Prefeitura, que nos cedeu quadra, pessoal, entre outras contribuições”, garante Almir.

Se por um lado captar grandes eventos atraiu o público do Brasil inteiro e de fora do país para Aracaju, valorizar os eventos locais incentiva e encoraja o setor esportivo na cidade, refletindo em novas oportunidades para atletas e gestores de esporte.

Diante disso, a presidente da Central Única das Favelas – Sergipe (Cufa/SE), Verônica Paiva, responsável também pela organização da Taça das Favelas no estado, fez questão de destacar que é através do apoio do poder público, como o oferecido pela Prefeitura, que “as instituições têm condições de desenvolver esporte, cultura, educação para pessoas que residem nas áreas mais vulneráveis”. 

Além de trazer pessoas para a prática esportiva, o fomento para realização de competições possibilita, também, a popularização de modalidades. Por exemplo, a Sejesp ampliou a realização da Taça Cidade de Aracaju para mais esportes, como o vôlei e o handebol, e não só o futsal, além de apoiar esportes que ainda não têm tanta adesão no estado, como é o caso do futebol americano.

Sobre essa modalidade, o vice-presidente e técnico do Sergipe Redentores, Danilo Campos, ressaltou que a assistência da Sejesp não só permite a ampliação do futebol americano em Aracaju e no estado, mas também “possibilita trazer cada vez mais pessoas que precisam ser apoiadas".
 
"No nosso grupo existe pessoas tinham até problemas psicológicos e que, agora, estão desenvolvendo a modalidade, sendo inseridas em um ciclo mais amplo de pessoas e estão se sentindo melhores”, salienta Danilo.

Dessa forma, o compromisso da Prefeitura de Aracaju em valorizar o esporte e oferecer condições para que ele aconteça é uma ferramenta de desenvolvimento, tanto na perspectiva social, quanto econômica.

Inclusão Social
A lógica do esporte não é apenas formar grandes atletas, mas, também, promover a inclusão social de jovens, idosos e de pessoas com deficiência para assegurar mais qualidade de vida.  Nesse caminho, o trabalho social desenvolvido na Estação Cidadania, ao longo do ano, demonstrou a preocupação em construir novas oportunidades para os aracajuanos por meio da prática esportiva.

No centro poliesportivo, circulam cerca de duas mil pessoas semanalmente, dos 7 aos 80 anos, praticando pelo alguma das 15 modalidades oferecidas: atletismo, badminton, basquete, dança, funcional, futsal, handebol, ginástica aeróbica, ginástica artística, ginástica rítmica, jiu-jitsu, muay thai, para-atletismo, parabadminton e vôlei.

O diretor de Esporte e Lazer da Sejesp, Jersonilton Rodrigues, destaca que a Estação Cidadania está sendo extremamente necessária para mudar a realidade da comunidade do Bugio.

“Diariamente ouvimos relatos de senhoras sobre a melhora de comorbidades que possuem em razão da prática esportiva. Mães de crianças com alguma deficiência falando o quanto as atividades têm contribuído para o desenvolvimento. Tudo isso faz com que continuemos fazendo o melhor trabalho para essas pessoas, porque estamos mudando a vida delas”.

Umas das beneficiadas pela Estação Cidadania é a dona de casa Margarida Castro, que, segundo ela, a busca pelas aulas de funcional para a sua filha Jéssica Castro, pessoa com deficiência, melhorou o bem-estar de ambas, pois, ao acompanhá-la nas aulas, também foi inserida na prática do esporte.

“Jéssica estava muito ansiosa, muito agitada, por isso procurei a Estação, que era um local para ela interagir com outras pessoas. Depois das aulas, ela fica feliz, aguardando o próximo dia, comenta com os familiares. Essas atividades mudaram nossa rotina, nos deixa mais dispostas a sair para outros lugares e ter aquele compromisso de praticar o esporte”, destaca feliz Margarida.

Além da Estação Cidadania, a Sejesp também está relacionada com outros projetos sociais, como o “Segundo Tempo”, cuja verba de manutenção foi obtida neste ano através Ministério Público do Estado (MPSE), para realização das atividades em escolas públicas do município em 2023. Outro exemplo é o projeto “Um Salto na Educação”, que foi captado junto à Universidade de Brasília e que também será desenvolvido com cerca de 100 alunos da rede pública no próximo ano.

Esporte, turismo e economia  
A manutenção do esporte na capital não só permitiu dar visibilidade aos atletas e contribuiu com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, mas também influenciou diretamente no desenvolvimento econômico e turístico da cidade.

Os grandes eventos permitiram a chegada de público que, além de competidores, são turistas, movimentando a rede hoteleira e consumindo a nossa produção cultural e gastronômica. Um exemplo que demonstra o impacto dos grandes eventos esportivos nesses setores são os dados levantados pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a partir da realização dos Jogos da Juventude, que aconteceram entre 02 e de 17 de setembro. A competição reuniu mais de 4.100 participantes de todo o país, que geraram 32 mil diárias distribuídas em 19 hotéis da capital. Além disso, foram fornecidas mais de 60 mil refeições durante os 16 dias de competição.

Para o secretário Sérgio Thiessen, não dá para dissociar o esporte da economia. "É indiscutível a ação econômica que os eventos esportivos, com a presença de público de todo o Brasil, provoca. O exemplo dos Jogos da Juventude evidencia como o esporte faz nossa economia girar e difundir nossa cultura. Por isso, é importante que, cada vez mais, captemos essas competições”.

De forma bastante importante para o comércio local, a realização dos pequenos eventos nos bairros da cidade permite valorizar o pequeno comerciante, que tem a oportunidade de comercializar seu produto e, assim, gerar o capital, fazendo circular a economia da cidade.

“Quando falamos em inclusão através do esporte, não é só para quem tem a oportunidade de praticá-lo, é também proporcionar ao comerciante de bairro a venda do seu produto: uma água, um lanche, um refrigerante, durante um momento de socialização através do esporte. Isso também é incluir e poder fazer com que eles construam a manutenção da sua vida”, destaca Thiessen.