Rotina escolar é importante estratégia de aprendizagem na rede municipal

Na rede municipal de ensino de Aracaju, o cuidar e o educar caminham juntos. Especificamente no trabalho voltado à primeira infância, esta junção representa um importante instrumento para o desenvolvimento da autonomia e contribui para um bom desempenho escolar durante toda a vida. Na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Jovino Pinto, por exemplo, localizada no bairro Aeroporto, um processo de rotina é trabalhado afim de desenvolver mais segurança e tranquilidade entre as crianças.

A unidade de ensino conta com 148 alunos matriculados no ano letivo 2023. Através da rotina escolar, são promovidas atividades que estimulam a formação de um conjunto de hábitos entre as crianças, como a hora e a forma de se alimentar, a higiene, o sono, a sociabilidade a partir da convivência, a coordenação motora, o desenvolvimento da motricidade e outros.

Professora da turma de 4 anos na Emei, Alane Broat explica que trabalha constantemente a organização e a repetição de eventos, mas com flexibilidade, buscando respeitar a individualidade e os limites de cada um, e realizando atividades que saiam da rotina para que o dia a dia escolar não se torne monótono para as crianças.

"A rotina é organizadora dos espaços e dos tempos e, para os menorzinhos, principalmente, isso faz muito bem. Devido a sequência de ações, eles conseguem prever, por exemplo, a hora que a mamãe vai chegar. Mas também fazemos atividades diferenciadas no dia a dia. Tem uma autora, a Maria Carmen Silveira, que fala sobre não usar o aspecto rotineiro na educação como dominador. Por isso, a escola inteira tem que pensá-lo de forma estratégica, para gerar interesse na criança e ser flexível", explana Alane.  

A docente conta que cada atividade é aplicada pensando nos direitos de aprendizagem, como conhecer-se, brincar, explorar, descobrir, expressar-se, relacionar-se com os outros. "Ações da rotina formam os hábitos e as crianças passam a fazer em casa o que aprendem aqui. Por exemplo, já tivemos relatos de mães que dizem que o filho já sabe que tem que lavar as mãos antes de comer ou que aprenderam a comer verduras na escola", relata a professora. 

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de 2018, frisa os cuidados como direitos da criança e deveres dos adultos, não se tratando apenas de praticar atividades, mas sim de criar possibilidades para que sejam feitas juntos.

 

A coordenadora pedagógica da unidade de ensino, Valdomira Silveira, ressalta que no início do ano letivo há sempre um alinhamento entre toda a comunidade escolar, para um planejamento de aula que seja comum entre as professoras, mas respeitando a metodologia de cada uma.

"Entre todas as turmas há o trabalho pedagógico baseado em diversas atividades que favoreçam o desenvolvimento do aluno. Além do planejamento com as professoras, temos reunião de pais para que estejam a par de tudo que é realizado aqui e combinarmos algumas questões. Também aplicamos uma pesquisa qualitativa para que possam apontar o que está bom e sugerir o que acham que precisa ser mudado", ressalta Valdomira.

A coordenadora fala, ainda, sobre propostas pedagógicas que são inseridas na rotina escolar da Emei e trabalham aprendizagens específicas tanto para as disciplinas, como para a cidadania. Neste sentido, ela destaca que cada ação realizada na escola tem um fator estratégico que favorece o aprendizado do aluno.

"Este ano estamos com cinco projetos: um é a Plenarinha da Educação Infantil, aplicado em toda a rede por orientação da Semed; temos o de educação ambiental, com o qual realizamos atividades na horta da escola; um que trabalha a Matemática; e os outros dois são ligados à regionalidade, como o trabalho com a Literatura de Cordel e a valorização da identidade nordestina", detalha.