Com o Programa Saúde do Adulto e do Idoso, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), alerta mulheres para importância do envelhecimento saudável, propondo um conjunto de ações que abrange desde o estímulo à prática de exercícios físicos, à alimentação saudável e conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa.
A SMS tem fortalecido a organização de serviços de atenção, investido na promoção da saúde, no acesso a serviços e na qualificação de profissionais. Segundo a referência técnica do Programa Saúde do Idoso, Andréia Braga, a Secretaria tem trabalhado efetivamente a partir da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, melhorando a linha de cuidado, o atendimento qualificado e aprimorado.
“A sociedade passou a se preocupar com o processo de envelhecimento devido ao fato de que as pessoas idosas correspondem a uma parcela numérica cada vez maior da população. Nossas ações são voltadas para a manutenção da capacidade funcional da pessoa idosa, ou seja, são centradas na produção da autonomia e da não dependência, promovendo um envelhecimento com mais saúde e qualidade de vida. É importante ressaltar que o envelhecimento não é sinônimo de incapacidade e dependência, mas de maior vulnerabilidade. Por isso, é preciso desenvolver uma cultura de cuidado, de forma sustentável e que atenda as necessidades dessa população”, explica a referência técnica.
Fluxo de atendimento
O aumento da longevidade da população demandam a formulação de políticas públicas eficazes para esse segmento populacional. Nesse sentido, a SMS planeja e acompanha ações de atenção integral à saúde da pessoa idosa, que são desenvolvidas tendo a Rede de Atenção Primária (Reap) como início do acesso. O paciente vai até a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o médico generalista encaminha a pessoa, a partir de 60 anos, com alguma identificação de fragilidade ou presença de alguma demência, solicitando, através do sistema de regulação da SMS, o encaminhamento para o atendimento pelo geriatra no Hospital Universitário (HU).
Programa Academia da Cidade
Segundo o coordenador do Programa Academia da Cidade (PAC), Walter Igor dos Santos, o envelhecimento saudável é muito mais que a ausência de doença. “A perda das condições físicas e mentais impossibilita o idoso a realizar atividades do seu cotidiano, causando sofrimento tanto para ele quanto para a família. Seja ao ar livre, nas academias ou escolas, o profissional de Educação Física tem papel importante na construção de pessoas mais saudáveis e ativas. Na capital sergipana, a partir do Programa Academia da Cidade, esses profissionais promovem mais qualidade de vida através de exercícios dinâmicos, adaptando-os ao perfil dos alunos”, enfatiza Walter.
Presente em diversos bairros da capital, o programa conta com 12 polos que atendem a cerca de 1.200 usuários, desde jovens a pessoas acima de 60 anos que, periodicamente, passam por uma avaliação para que o quadro clínico de saúde seja acompanhado durante a prática de exercícios.
“As aulas acontecem em espaços abertos, de segunda a sexta-feira, das 5h30 às 7h30, e no turno da tarde, das 15h30 às 17h30, na Uninassau e nos bairros Santa Maria, Jabotiana, América, Farolândia, 18 do Forte, Ponto Novo, Santos Dumont, Bugio, Cirurgia, Industrial e Luzia. O cidadão que quiser participar do PAC precisa comparecer a um dos polos, munido do seu cartão do SUS, número de prontuário eletrônico, que consegue na UBS do bairro, e comprovante de residência. Por ser demanda espontânea, um dos educadores físicos fará uma entrevista avaliativa, antes da formalização da inscrição”, detalha o coordenador.
Notificação de Violência contra a Mulher Idosa
A violência contra a pessoa idosa se configura como qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, dano moral ou patrimonial. Pode ocorrer no âmbito social, institucional, familiar e doméstico.
De acordo com a referência técnica do Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes da SMS, Lidiane Gonçalves, é preciso sensibilizar todos, desde os profissionais de saúde, a família e a sociedade, para dar mais atenção ao problema, envolvendo os próprios idosos nesta conscientização e no enfrentamento às violências contra esse grupo, a fim de garantir um envelhecimento ativo, com seus direitos protegidos.
“É importante enfatizar que a violência contra a pessoa idosa acontece em todas as classes sociais, raça/cor, diferentes faixas etárias, sendo idosos acamados os mais vulneráveis. Nesse sentido, é fundamental que os profissionais de saúde que prestam atendimento nos diversos serviços do município de Aracaju notifiquem os casos suspeitos ou confirmados de violência contra a pessoa idosa. É importante que fiquem atentos aos sinais e que não haja uma naturalização desse problema, que é de saúde pública”, orienta Lidiane.
Dados do SINAN/VIVA revelam que em 2022 foram notificados 87 casos de violência contra pessoa idosa, sendo 47 do sexo feminino. Já em 2023, dados parciais revelam que até o momento foram notificados sete casos de violência contra pessoa idosa, sendo cinco do sexo feminino.
Em 2022, a faixa etária com maiores registros de violência contra idosas foi a de 60 a 69 anos, e os principais autores desse tipo de agressão são os filhos. A maior parte dessas violências aconteceu na própria residência, sendo a negligência/abandono o tipo de violência mais notificado. Os bairros de residência com maiores registros de violência contra as idosas foram o Santa Maria e Santos Dumont.