No mês que marca o Dia Internacional da Mulher e a luta por direitos, mais espaços de poder, contra o machismo e a desigualdade de gênero, a Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju (SMS) homenageia as mulheres que transformam o mundo a partir dos lugares em que vivem e trabalham, ocupando cargos e funções que elevam o empoderamento, a autoestima e a igualdade salarial entre os gêneros.
À frente da gestão da SMS desde 2017, a médica Waneska Barboza destaca desafios enfrentados pelas mulheres, diariamente, nos âmbitos pessoal e, sobretudo, profissional. “Lutamos por dignidade, por escuta da nossa voz, por igualdade de salários e de espaços. Parabenizo todas as mulheres e me incluo entre elas, da Secretaria da Saúde, que têm sido uma equipe dedicada com afinco a nossa sociedade, tendo por objetivo ofertar serviço de qualidade e com a característica da mulher, que é o olhar ampliado de acolhimento para as pessoas”, ressalta.
A enfermeira Léa Matos atua na Saúde da Aracaju há quase 20 anos e já desempenhou funções de liderança em diversas áreas. Atualmente, é coordenadora do Programa Saúde da Mulher, que promove atendimento integral diante das necessidades sociais das mulheres aracajuanas e em 2022 realizou 397.788 procedimentos individualizados. Para ela, o ato de cuidar é uma de suas principais características, e a motivou, inclusive, profissionalmente. Foi na enfermagem que Léa Matos também viu os avanços dos direitos das mulheres evoluírem, a exemplo das novas mudanças na lei da laqueadura.
“A primeira portaria sobre laqueadura é de 1996, a nova legislação sobre o assunto é de 22 de setembro de 2022 que passa a valer em março de 2023. A idade mínima para esterilização voluntária passa de 25 para 21 anos, podendo ser reduzida para quem já possui filhos. A laqueadura de trompas passa a ser uma escolha também da mulher porque revoga a autorização do cônjuge. Vivemos em um país em que a postura do homem diante da mulher, muitas vezes em função do machismo, é de falta de respeito a sua opinião. Eu acredito que a mulher precisa ter o direito de escolha", destacou Léa Matos, citando apenas algumas das modificações da laqueadura. Vale ressaltar que as maternidades, local onde serão feitos os procedimentos, estão se organizando.
Fugindo da lógica do cuidado no âmbito dos serviços prestados pela Secretaria Municipal da Saúde, a colaboradora Ivana Luciana ocupa um cargo pouco frequentado pelas mulheres. Há seis anos ela comanda o setor de transporte, que envolve a rotina de trabalho de 96 motoristas, e é responsável pela logística de translado dos servidores que vão atuar em campo. Segundo ela, embora já tenha sofrido resistência na função de liderar, pelo simples fato de ser mulher, não cogita buscar outra ocupação.
“Eu me identifico com o trabalho que faço e lido bem em estar rodeada por homens, temos uma relação tranquila e de muito respeito. Mas há anos chegou um motorista ao setor de transporte e quando ele percebeu que o comando era de uma mulher, não quis obedecer, pois não admitia uma mulher no comando. Eu chamei para conversar e expliquei que aquela era a minha função, e por mais que ele não gostasse, precisava respeitar porque eu também estava cumprindo com o meu serviço e assim resolvemos a situação. É por essa razão que a mulher tem que se levantar e dominar o espaço dela”, concluiu.