Comunidade do entorno da Maternidade Lourdes Nogueira vislumbra efeitos positivos da unidade

Agência Aracaju de Notícias
19/04/2023 19h00

De uma comunidade que não tinha equipamento social para um bairro que possui um complexo materno-infantil de alta qualidade. Assim se tornou o bairro 17 de Março que, na última sexta-feira, 14, viu ser inaugurada a Maternidade Lourdes Nogueira, primeiro equipamento público municipal de Aracaju destinado a parturientes. Além da importância que carrega o espaço para o desenvolvimento da cidade, ganha a comunidade que, agora, conta com amplitude de serviços, atendendo à demanda de uma população cuja maior parte das pessoas depende do poder público para a garantia de dignidade. 

Não é preciso voltar muito no tempo para recordar como era o bairro 17 de Março. Há cerca de seis anos, a localidade praticamente não possuía equipamentos sociais, mesmo tendo nascido há 13 anos. Hoje, já conta com Unidade Básica de Saúde (UBS), escolas, inclusive de tempo integral (na intersecção com o Santa Maria), Cras e Centro de Esportes Unificado (CEU). 

Para a comunidade, a chegada de um equipamento da magnitude da maternidade, uma contrapartida do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), é a demonstração do progresso da região, o que, consequentemente, influencia no desenvolvimento da população local. 

Moradora do bairro Santa Maria, Marineide dos Santos abriu uma pastelaria em frente à maternidade, há cerca de um mês. Atenta às mudanças na região, o local foi escolhido estrategicamente. 

“Via a construção da maternidade e achei o ponto muito perto dela, então, resolvi montar a pastelaria. Pensei que, com o movimento na maternidade, conseguiria manter o comércio e assim espero que aconteça. Já trabalhei com muita coisa, em casa de família, como doméstica, já trabalhei como cozinheira e, hoje, vi essa oportunidade aqui na região”, conta Marineide. 

A comerciante que tem sete filhos, sabe bem o valor que a maternidade tem para uma população como o 17 de Março. 

“Quatro dos meus filhos eu pari em Aracaju e os outros três em Nossa Senhora da Glória. Lembro que, quando tive meus filhos, era muito difícil a locomoção até a maternidade , inclusive, umas das minhas filhas, hoje com 26 anos, eu tive dentro de casa, sozinha, então ver essa maternidade é sinal de coisa boa para as pessoas, não só do 17 de Março, mas de toda a cidade”, considera a comerciante. 

O sentimento de gratidão também ocupa o espaço por onde transitam os moradores. Se há anos atrás existia a sensação de falta, agora, a plenitude reside no olhar de moradores como a dona de casa Neilza dos Santos, de 51 anos. 

“Ter uma maternidade no bairro significa tudo porque estamos vendo o quanto o 17 de Março está sendo valorizado e o meu sentimento é de gratidão. Isso é sinal de crescimento do nosso bairro. Me sinto agraciada pelo que tem sido feito aqui. Moro no 17 há 10 anos, e o que tenho visto, nos últimos tempos, é esse lugar se transformando para melhor porque, antes, nem saneamento básico tínhamos e, hoje, basta andar um pouco pelo bairro que vemos o quanto mudou. Só tenho gratidão”, revela Neilza. 

Assim como ela, Josefa Maria dos Santos, de 38 anos, reconhece as transformações vivenciadas ao longo dos 10 anos em que reside na localidade. 

“O bairro cresceu muito, melhorou em todos os sentidos e, agora, com essa oportunidade, vai evoluir ainda mais e, principalmente, vai dar mais oportunidade aos moradores, já que trará mais movimento, mais emprego. O 17 de Março era um bairro que ninguém acreditava e, hoje, estamos vendo a mudança. Estou muito satisfeita e grata por morar num lugar que passou a ser valorizado e cuidado”, pontua Josefa. 

Para quem está à espera de um bebê, a unidade materno-infantil ganha outro significado. 

“Ao ver essa maternidade, o sentimento que tenho é de segurança e acolhimento. Tive meu primeiro filho há quatro anos e lembro como foi difícil o momento do parto, entre outras coisas, até pelo transporte. Agora, com essa maternidade tão perto, acredito que vai ser muita mais fácil. Aqui no bairro, só ouço falar coisas boas sobre ela e já espero poder ter meu filho mais novo contando com a qualidade que ela tem”, enfatiza a gestante Rosângela Rodrigues de Lima, de 35 anos. 

A maternidade

A maternidade municipal Lourdes Nogueira é fruto de um investimento de R$ 18 milhões.  Ela ocupa uma área superior a 7,6 mil metros quadrados e conta com: sala de atendimento; sala de admissão; sala de observação; sala de estabilização; 51 leitos obstétricos (alojamento conjunto); sala de cuidados intermediários para gestantes; 10 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (Utin); 10 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais Canguru (Ucin); 5 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais Canguru (Ucinca); 2 salas de centro obstétrico para cirurgia; 1 sala para esvaziamento uterino (amiu); 8 quartos PPP Centro de Parto Normal (CPN); banco de leite; banco de sangue; cartório; serviço social; central de esterilização de material (cme); unidade de nutrição e dietética lactário; farmácia hospitalar central; e necrotério.

A unidade tem capacidade para realizar 500 partos por mês, ampliando os serviços de saúde na capital sergipana. Além deste atendimento, o complexo também acolhe a população LGBTQIAPN+ e as mulheres vítimas de violência sexual. Também fazem parte da lista de serviços disponibilizados: atendimento de urgência e emergência obstétrica e neonatal; atendimento de urgência com observação de até 24 horas; consultas com profissionais da atenção especializada; diagnóstico por teste rápido; exames de patologia clínica; exames radiológicos; ultrassonografia obstétrica; ultrassonografia com doppler; eletrocardiograma e tococardiografia ante-parto.