Aedes aegypti: doenças causadas pelo mosquito possuem diferenças específicas

Matérias
21/03/2017 14h00

As doenças virais causadas pelo Aedes aegypti têm diminuído de forma significativa em Aracaju. Ainda assim, a Prefeitura de Aracaju busca manter a população informada para tomar providências efetivas. Elas têm sinais e sintomas similares inicialmente, mas saber diferenciá-las é fundamental para o correto tratamento.

Ao longo do tempo as características específicas vão desencadeando e facilitando o diagnóstico, embora seja importante a realização dos exames laboratoriais para a confirmação. A doença mais comum transmitida pelo Aedes aegypti é a dengue, que foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1986. Ela pode ser assintomática, leve ou extremamente forte, levando à morte.

Entre os sintomas apresentados está a febre alta, que dura de dois a sete dias; fraqueza; dor no corpo e atrás dos olhos; erupção e coceira na pele. A dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramento de mucosas são os diferenciais da doença quando atinge a sua forma mais grave.

Em 2014, foi identificado no Brasil o vírus da chikungunya. Em Aracaju, foi somente em junho de 2015 que houve a primeira confirmação de caso. Apesar de também apresentar febre alta e repentina, dor de cabeça e mancha vermelha na pele como características, a principal especificidade da doença está nas dores intensas nas articulações, que podem acometer o paciente por dois anos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 30% dos casos de chikungunya não apresentam sintomas. Além disso, as pessoas infectadas pelo vírus ficam imunes pelo resto da vida.

A zika é a doença transmitida pelo Aedes aegypti que mais assusta a população devido às consequências que pode causar. Porém, os seus sintomas são considerados mais simples, na grande maioria dos casos, eles desaparecem espontaneamente de três a sete dias. O fator agravante da zika consiste quando o vetor infecta gestantes. Em abril de 2016 foi confirmada a relação do vírus em mulheres grávidas e problemas de má-formação congênita em bebês, como a microcefalia.

A boa notícia é que, com a diminuição dos casos de doenças causadas pelo mosquito, os casos de microcefalia também diminuíram. Desde setembro de 2016 não foi registrado nenhum caso de microcefalia na capital sergipana.

Tratamento

Para as três arboviroses, termo dado às doenças transmitidas por insetos, a principal recomendação de tratamento é a ingestão de líquido em abundância, repouso e não tomar medicamentos por conta própria.

O médico infectologista da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Aracaju, Dr. Thiago Mendes, aconselha que a população busque orientação médica logo nas primeiras suspeitas. "Diante das semelhanças entre as doenças, que geram um quadro de mal estar geral, o atendimento médico é fundamental para que os pacientes não cheguem a um quadro difícil de resolver. Mas, até mesmo os quadros mais leves precisam de orientação sobre  o tratamento e os cuidados específicos", alerta.

No caso específico da chikungunya, grande parte dos pacientes fica com dores articulares fortes e passam por um tratamento posterior específico e padronizado. "Caso o tratamento das unidades básicas de saúde não seja o suficiente, encaminhamos para um reumatologista fazer o tratamento adequado dessas dores crônicas", explica a diretora de Vigilância em Saúde e coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue, Taíse Cavalcante.

Apesar disso, a melhor atitude a ser tomada pela população é a prevenção. Manter os domicílios sempre limpos, eliminando os possíveis criadouros, assim como utilizar repelentes, inseticidas e mosquiteiros, pode proporcionar proteção principalmente durante períodos de surtos.