Funcaju e representes do setor audiovisual discutem aplicação da Lei Paulo Gustavo

Cultura
05/07/2023 16h34

Em continuidade à série de reuniões técnicas que está realizando no Centro Cultural Cidade de Aracaju para discutir questões sobre a aplicação da Lei Paulo Gustavo no município, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), realizou, nesta quarta-feira, 5, o segundo encontro, deste vez com artistas do segmento audiovisual.

Durante a reunião, representantes dessa categoria puderam esclarecer dúvidas e estabelecer uma relação de discussão e construção junto à gestão municipal para a aplicação da lei de fomento a artistas e projetos de diversos segmentos, principalmente do audiovisual.
 
Ao todo, Aracaju receberá um montante de aproximadamente R$ 5,8 milhões do Governo Federal, uma vez que o Plano de Ação do município para a implementação da Lei já foi aprovado pelo Ministério da Cultura.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Produção Digital da Funcaju, Anderson Passos, a reunião é um espaço fundamental para ouvir a sociedade civil e, principalmente, “aqueles que estão na base, construindo uma política cultural, executando e compreendendo as deficiências desse setor”. Ele destacou que a Prefeitura possui experiência com a aplicação da Lei Aldir Blanc e comentou a importância do encontro com representantes do audiovisual, área que receberá 70% dos recursos da Lei Paulo Gustavo no município.

“O maior orçamento, por vir do fundo setorial do audiovisual, é para ser empregado nas modalidades que compõem esse segmento, então compreendemos em que nível se encontra o audiovisual sergipano e qual lugar pretendemos nos incorporar a partir desses recursos. Podemos sair da Lei Paulo Gustavo com filmes com um poder de competição no cenário nacional e internacional, coisa que já tivemos com orçamento bem mais baixo, então não se trata somente do orçamento, mas evidente que com esses recursos podemos ter melhor equipe, acessar novas tecnologias e fazer com que essas produções alcancem maior divulgação e circulação e cheguem a mais lugares”, destacou.

O chefe da procuradoria-geral da Funcaju, Carlos Paixão, ressaltou que a reunião foi realizada com o intuito de “ouvir os fazedores de cultura, aqueles que estão na ponta desse processo, para que indiquem quais são as intenções na criação de todos esses editais”. “De uma forma totalmente republicana, a gente escuta todas as ponderações, todos os dias temos embates saudáveis com reuniões que ouvem grupos distintos, com os próprios fazedores de cultura que possuem posições distintas. A gente aplica como uma forma de mediação, de tentar ouvir todos os envolvidos e chegar a um consenso, a um denominador comum para que essa lei seja aplicada de uma forma democrática e atinja todas as finalidades a que ela se predispõe”, declara.

Para a editora e técnica em audiovisual Lu Silva, a reunião serviu exatamente para isso, como forma de contribuição para o fomento do setor na capital sergipana para que, juntos, poder público e artistas do município, possam fazer uma política cultural de qualidade. 

“Essas reuniões são de uma escuta extremamente importante para a construção dos editais da Lei Paulo Gustavo. Ela vai fomentar o audiovisual dentro do município e é um momento da gente, para que possamos trazer nossas ideias para a gestão de cultura e a gestão de cultura possa também pontuar sobre a visão deles a respeito disso. Acredito que assim a gente vai conseguir construir uma boa política pública para a cultura, e não só pro audiovisual, que vai favorecer todo o município de Aracaju”, conta Lu Silva.

A produtora audiovisual Luciana Oliveira lembra que o cenário deste setor, na capital sergipana, possui uma longa história, com produções que já circulam e que, com a Lei Paulo Gustavo, o foco agora é no incentivo a essa cadeia profissional já existente, para que o audiovisual possa avançar e ser mais reconhecido no eixo nacional e internacional.

“Eu considero que a gente vem, enquanto fórum, fazendo um trabalho de ouvir os nossos colegas, e tudo que a gente trouxe e apresentou pra Funcaju, também apresentamos pra Funcap [Fundação de Cultura e Arte Aperipê], porém com propostas diferentes. Esse diálogo, a partir do que a gente trouxe e a partir do que a gente apresentou, da escuta dos profissionais locais, foi muito importante. Acho que essa troca foi necessária e espero que boa parte do que foi discutido seja efetivado, seja analisado pela Prefeitura, e que acolha as nossas propostas na minuta do edital, pois esse encontro foi bastante positivo”, declarou.