EJA: análise sensível assegura livros didáticos que refletem a realidade dos alunos

Educação
17/08/2023 15h30

As aulas da Educação para Jovens e Adultos (EJA) foram retomadas nesta quarta-feira, 16, após a realização da Jornada Pedagógica para a modalidade, que reuniu diretores, coordenadores e professores para discutir os desafios desta modalidade de ensino. No encontro, também foi reservado um momento de apresentação do material didático, que foi criteriosamente analisado e avaliado pelo Departamento de Educação Básica (DEB) da Secretaria Municipal da Educação (Semed).

Satisfeita com a escolha dos materiais, a coordenadora da EJA, Sueli Bispo, explica o processo de definição dos livros e o diferencial dos conteúdos presentes. De acordo com ela, o material foi obtido pela Semed num processo muito particular.
 
"Nós começamos a fazer a análise do material paradidático e, após muitas pesquisas no perfil da editora, buscando informações sobre ela, que era um conjunto chamado biblioteca da didática, também pedimos uma análise do próprio material didático, que acabou chamando muito a nossa atenção. Com isso, depois da leitura por vários pedagogos aqui do DEB e pelo pessoal de Letras, tivemos a grata surpresa de perceber que é um material com linguagem adequada, com um conjunto de imagens e metodologia que se aproxima mais da identidade que a rede está buscando. O conteúdo traz o foco para leitura, para desenvolver a habilidade leitora dos nossos alunos, enquadrado e ajustado para auxílio da EJA”, descreve Sueli.

Com a sensibilidade de perceber que são adultos em processo de aprendizagem de assuntos que são ensinados em idades anteriores às que eles se encontram, a Coordenação de Educação de Jovens e Adultos (Coeja) teve o cuidado de escolher materiais que refletissem a realidade dos estudantes. 

“A gente trabalha com a alfabetização e é preciso ter um olhar muito sensível para esse material da EJA porque ele não pode ser tão infantilizado, já que é um adulto que está aprendendo. São pessoas adultas que estão sendo alfabetizadas, que estão finalizando o Ensino Fundamental, mas que trabalham, ajudam a família e acabam atrasando os estudos e, agora, retornam. Como temos esse aluno adulto, o livro tem que ter essa sensibilidade e uma linguagem adaptada para a realidade dele. Portanto, houve esse cuidado na análise do material didático”, destaca.

A coordenadora Sueli aponta ainda outra particularidade existente na EJA, que também influencia na definição dos livros. Ela destaca que o tempo do ensino na EJA é reduzido, pois, enquanto no ensino regular os conteúdos são trabalhados em um ano, nessa modalidade é trabalhado em um semestre.
 
"Portanto, a qualidade do resumo e da compilação que é feita do material didático também é muito importante. É preciso uma análise sobre como esse conteúdo foi condensado e enxuto, para que nada seja perdido e que seja aprendido o que é realmente relevante para a sequência do ensino médio. Assim, tendo essa consciência, esses são os critérios da linguagem e da fala, para que seja um conteúdo adequado para o tempo disponível para as pessoas que trabalham”, informa.