Prefeitura promove formação para professores e cuidadores da educação especial

Educação
11/11/2023 13h57

A Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed) promoveu, neste sábado, 11, uma formação para professores e cuidadores da rede. Com o tema “Comportamento-problema na escola: como lidar?”, o momento de aprimoramento foi organizado pela Coordenadoria de Educação Especial (Coesp) e aconteceu na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Maria Ruth Wynne Cardoso, com a participação de 70 inscritos e ministrada pela coordenadora Maíra Ielena Nascimento (Coesp/Semed). 

O momento foi marcado por discussões e reflexões sobre o ensino, cuidado e comportamento de crianças da educação especial, que precisam de uma maior atenção durante o dia a dia nas salas de aula. Para Maíra Ielena, a formação é de extrema importância principalmente para os cuidadores, já que são os profissionais que ficam lado a lado dos estudantes que compõem o público-alvo, dando todo o suporte na alimentação, higiene, locomoção, socialização e comportamento. 

Neste sentido, a coordenadora da Coesp informa que o encontro teve como objetivo tratar de questões relativas ao comportamento destes alunos e os desafios que essas crianças representam na escola. 

“O comportamento que, em alguns momentos, pode ser considerado inadequado para o ambiente, mas, também, inadequado para a própria aprendizagem, visto que, na escola, nós somos regidos por dois princípios, que é o da dignidade da pessoa humana e o do melhor interesse da criança e do adolescente, que é o aprender e se desenvolver. Mas, existem comportamentos que ficam no meio desse caminho, que travam e atrapalham a aprendizagem. Portanto, hoje eu vim aqui falar quais são esses comportamentos, como prevenir e como agir enquanto ele está acontecendo”, explica. 

“Quando esses comportamentos estão acontecendo na escola, a unidade pode entrar em contato buscando ajuda, já que nós somos o setor responsável pela educação especial. Mas é importante frisar que não é apenas o estudante da educação especial que apresenta o comportamento de problemas, como o de violência, de raiva e de atividades, que são vistos como problemas. Contudo, falando sobre o nosso público-alvo da educação especial, que pode ser uma pessoa com deficiência, verificamos quais são as melhores formas de compreender esse comportamento e entender qual a melhor intervenção”, informa.

A diretora da Emei Maria Ruth, Silvana Santos, destaca que, se tratando da educação especial, os maiores desafios estão na intervenção de crianças que ainda não têm um diagnóstico preciso. Para ela, a formação da Coesp é importante para ensinar a dialogar sobre o comportamento-problema,  entender melhor quem é esse público e saber como pensar pedagogicamente.

“A formação permite que o cuidador e o professor saiba como fazer essa abordagem, trate e acolha a criança da melhor forma. Hoje, nós temos um número grande de crianças que ainda não têm diagnóstico, que são crianças com muita dificuldade de socialização e de aprendizagem. Por isso, é preciso que a equipe educativa saiba atender essa criança em sua integralidade e, ao perceber certos comportamentos que não conseguem lidar, buscar o apoio dos técnicos, do psicólogo e pessoas da Coesp. Além disso, a formação também ajudará a lidar com os pais dessas crianças, que geralmente não têm muita aceitação, tornando o diálogo um pouco mais arranhado. A partir dela, saberemos fazer essa abordagem com os pais e, com certeza, vai melhorar nosso trabalho”, avalia.

Cuidadores

A cuidadora especial da Emef João Oliva Alves, Franciele Regina Santana, fala que já participou de outras formações, mas que todo aprendizado é sempre bem-vindo, já que lida diariamente com diferentes comportamentos. 

“Eu acho muito importante ter essa formação porque é sempre uma experiência a mais para gente que está na responsabilidade da criança especial. Eu já vivenciei e vi colegas cuidando de alunos com comportamentos que não são fáceis de lidar, principalmente na educação especial. O nosso público precisa de uma atenção redobrada e hoje eu vim entender como colocar na prática as intervenções explicitadas”, declara.

Aline Gama é cuidadora na Emei Emei Michele De Jesus e avalia a formação para educação especial como algo imprescindível na melhoria do atendimento e cuidado do aluno que precisa desse cuidado.

“Eu convivo com alunos que se batem e se mordem, o que demonstra que ele claramente precisa de uma atenção redobrada. Nós cuidadores acompanhamos o desenvolver dessas crianças e é muito importante que a gente saiba lidar muito bem com eles, porque somos responsáveis pela aprendizagem e vivência plena desse aluno no dia a dia da escola. Cada dia é um aprendizado e, quanto mais a gente aprender a desenvolver com a criança, melhor”, aponta.