Prefeitura de Aracaju e MPSE promovem encerramento da 3ª edição do projeto Ilé-iwé

Educação
27/11/2023 15h35

Na manhã desta segunda-feira, 27, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), e em parceria com o Ministério Público Estadual (MPSE), promoveu o encerramento da terceira edição do projeto ‘Ilé-Iwé: Formação Continuada em Educação das Relações Étnico-Raciais’. O evento foi realizado no auditório do Ministério Público, e teve como tema ‘Alamoju’.

Além do secretário da Educação de Aracaju, Ricardo Abreu, da equipe da Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped/Semed), e de gestores escolas de unidades de ensino da rede, este momento contou ainda com a presença de alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Anísio Teixeira, do bairro Atalaia. Os estudantes mostraram os resultados de trabalhos realizados durante as atividades do Ilé-Iwé ao decorrer do ano letivo.

A manhã de encerramento foi contemplada com as seguintes apresentações culturais: Iyá-Mi, do grupo Boca 07;  Rainhas, do programa Arte na Escola; e o Grupo Folclórico Mestre Saci Quilombola. As intervenções artísticas tiveram o intuito de representar a diversidade de práticas na educação para as relações étnico-raciais existentes em Sergipe. Além das atrações, a coordenadora administrativa da Emef Anísio Teixeira, Sandra Leite, autora do projeto “Negritude”, ministrou palestra acerca da execução da proposta na unidade de ensino.

Ricardo Abreu ressalta que este evento tem um motivo bastante nobre, já que o projeto parte da premissa, segundo ele, de que a escola é um forte instrumento de transformação social.

"Nossas crianças estão tendo a oportunidade de entenderem a sua história, mas, principalmente, de se reconhecerem como membros de uma nação pluriétnica e pluricultural. O Projeto Ilé-Iwé faz parte do grande programa Aracaju Sem Racismo, da Prefeitura Municipal, e nos faz ter a mais absoluta convicção de que estamos formando uma geração de pessoas que serão cidadãos que construirão uma sociedade livre de todo tipo de racismo", expressa.

À frente da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Étnico-racial (Copier), o promotor de justiça, Luis Fausto Valois, evidenciou o lançamento da cartilha Discrimiação Étinico-racial, que ocorreu durante o evento. "Professores, estudantes e todos que chegam neste encerramento do Ilé-iwé, hoje, estão recebendo este impresso. É um veículo simples e direto que as pessoas possam utilizar em momentos em que sejam vítimas de racismo", relata.

Em sua fala, Sandra Leite elencou imagens e detalhou como o projeto Negritude tem sido desenvolvido entre os alunos da Emef Anísio Teixeira. "É importante lutarmos por uma educação que promova a igualdade de direitos. Quando você começa a disseminar o respeito, o conhecimento e a consciência de sua identidade na criança, ela já olha para o lado mais preparada para o respeito ao outro", explica.

Aluna do 7º ano na Emef Anísio Teixeira, Gabrielle Oliveira, de 15 anos, diz que participar do Ilé-iwé foi uma experiência muito boa. "O projeto nos mostra muitas ideias, culturas e jeitos novos. Tem sido ótimo para a gente. Um aprendizado necessário e um contato diferenciado com novos conhecimentos. Isto facilita o respeito, o convívio e o cuidado com o outro. São aspectos que todo mundo gosta, quer, e a gente aprende a tratar o outro como queremos ser tratados", afirma.

O Ilé-iwé
O projeto Ilé-Iwé faz parte do projeto 'Aracaju sem Racismo', da Prefeitura de Aracaju, e visa promover a reflexão acerca da Lei nº 10.639/2003. Ele ocorre em parceria entre Semed, Coordenadoria da Promoção de Igualdade Étnico Racial (Copier) do Ministério Público de Sergipe (MP-SE), da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), e das Secretarias Municipais de Educação de São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro, além do apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), através do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neabi) e do Movimento Negro Unificado (MNU).

Durante a execução do projeto na rotina escolar, história e cultura afro-brasileira são inseridos nos planos de aulas das escolas da rede municipal. Ele abrange, ainda, professores e gestores das unidades de ensino públicas da capital, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e da rede estadual.

Professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Maria Lia Batista pontua que o projeto Ilé-iwé tem um potente poder transformador. "É fundamental termos essa parceria e compromisso, esta responsabilidade de todos os envolvidos na educação. Penso que o principal ganho é, além da transformação que nós estamos também um um caráter que é potencializador, que espera-se, também, influenciar outras redes e para além delas, um conjunto de profissionais de diversas funções neste espaço de educação", explana.