Dia da Mulher: Assistência Social destaca a importância do protagonismo feminino na secretaria

Assistência Social e Cidadania
08/03/2024 09h00

Celebrado em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher é uma data importante para reforçar as contribuições das mulheres para a sociedade, além de potencializar suas lutas contra o  machismo e a favor da igualdade de gênero. Neste marco, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, destaca o protagonismo das mulheres no âmbito profissional, as quais assumem diversos papéis na pasta, desafiando estereótipos de gênero.

Historicamente, o machismo sempre se manifestou na sociedade, diretamente ou de modo sutil, e esse fato se reflete até hoje em várias áreas, a exemplo da profissional. Discriminação na contratação, salários discrepantes e subestimação da capacidade das mulheres são exemplos dos obstáculos encontrados para que o respeito seja alcançado.

Com um quantitativo majoritariamente feminino, a Secretaria Municipal da Assistência Social conta com 514 mulheres, das quais 42 atuantes em cargos de chefia. Esses números demonstram como a aptidão das mulheres em ocupar cargos de liderança e influência é uma realidade, seja na esfera política, empresarial, acadêmica, ou em qualquer outro campo de atuação.

Relembrando sua trajetória, a secretária da Assistência Social, Simone Santana, demonstra a importância das mulheres para a secretaria. “Crescer como profissional, estar à frente de uma secretaria da capital, não é fácil, por mais que a gente tenha a parte técnica e o conhecimento da política, ainda assim é desafiador, mas quando eu cheguei aqui eu fui muito bem aceita, e foi uma trajetória muito boa porque eu aprendi muito com a equipe. É muito gratificante e enriquecedor ver a atuação das mulheres, elas trazem um toque especial à questão da assistência social, sejam as que estão na conta ou as que recebem as famílias em situação de vulnerabilidade e vão até as ruas, também as conselheiras tutelares que nós temos, todas as mulheres que estão aqui se dispõem a fazer esses trabalhos incansáveis, mas sempre de forma ética e profissional”.

Também exemplo de liderança, Kelly Teles, educadora social e coordenadora da Casa de Passagem Freitas Brandão, equipamento da Alta Complexidade da Proteção Social Especial do Sistema Único da Assistência Social (Suas), pontua como se vê em posição de coordenação, levando em conta a predominância de homens no equipamento.

“A mulher tem esse papel primordial de quebrar algumas barreiras, porque são tantos “nãos” que a vida dá, que quando vem um “sim” talvez até não entenda. Além de toda a estrutura da secretaria de assistência, em sua maioria, composta por mulheres, nós temos também a nossa secretária, que é uma mulher, e hoje eu estou na coordenação de um equipamento que de 70 pessoas, 67 são homens, e mesmo assim há um respeito mútuo. Eu acredito muito que os espaços foram feitos para todos serem protagonistas, tanto homens quanto mulheres”, destaca.

Há 22 anos na gestão, a coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Enedina Bonfim, Elisabete Ribeiro começou na secretaria atuando na Creche Risoleta Neves. Nostálgica, ela relembra suas motivações. “Comecei em 1987 no cargo de chefia, que geralmente você só vê os homens ocupando, quando eu estava na creche eu construí um laço afetivo que dura até hoje, nos caminhos da vida sou muito abraçada, beijada e recebo sempre os agradecimentos das mães. Nada pra mim é mais valioso do que esse reconhecimento. E é por conta de gestores que têm uma visão inclusiva, que veem a mulher como parte fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, é que até hoje eu estou aqui”, conta.

Além dos cargos de chefia, a profissão de motorista é predominantemente vista pela sociedade como masculina, mas o estereótipo machista não foi limitador para a prestadora de serviço e motorista do Centro de Referência de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (Cram), Flávia Marques. Única motorista mulher dentre os homens, ela reforça que, apesar do impacto que o cenário traz, tenta sempre encorajar outras mulheres a não desistirem delas mesmas.

“A gente sempre teve essa discriminação de que são os homens que podem, que são eles que lideram, e além disso eu trabalho com carro grande, não é um carro pequeno, o que causa mais choque ainda, e trabalhar no Cram, pra mim, está sendo muito eficaz, porque a gente também apoia e ajuda cada dia mais outras mulheres, que são vítimas de violência, que nunca tiveram apoio emocional, então pra mim é crucial a gente ter essa força, essa garra de que mulheres também podem ser empoderadas, podem trabalhar, é só ter uma determinação de algo que a gente consegue”.

Elas por elas
“Na minha vida profissional, minha inspiração foi uma das assistentes sociais mais antigas, que é Rosária Rabelo, hoje em dia é nossa diretora de habitação e eu sempre digo a ela que lá no início da minha caminhada como assistente social eu admirava muito seus posicionamentos e a forma como ela se colocava, mas, na minha vida, minha mãe é a minha maior inspiração, um exemplo de mulher, de força, ela é guerreira, é a mulher que acolheu os filhos, com ela aprendi a ser mãe, aprendi a ter força e a lutar pelos meus sonhos”, relata emotiva a secretária Simone.

A caminhada foi árdua, mas Elizabeth não desistiu. “Todas as manhãs eu via no rosto dos meus filhos a minha inspiração e através do espelho eu via uma mulher que não poderia ser deixada para trás, nem ela e nenhuma outra, porque todas somos uma”, disse.

Para Flávia, inspirar outras mulheres traz uma grande satisfação e, para ela, deve isso a si mesma. “Eu sempre fui muito de garra, de buscar meus ideais, e a minha inspiração é por mim mesma, de ser forte, sabe? Independente, e levantar essa bandeira de que mulheres também podem tudo”, acrescenta.

Ser mulher é se esforçar em dobro para comprovar uma competência e ser respeitada pela sociedade, por esse motivo, dar notoriedade às conquistas não só de Simone, Kelly, Elisabete e Flávia, mas de todas às mulheres, é um passo significativo para encorajá-las a continuar seguindo e acreditando que é possível.