Aracaju 169 anos: projeto da Emef Olga Benário exalta a cidade ao unir educação e política

Educação
15/03/2024 10h30

Comemorar o aniversário da cidade de Aracaju significa muitas coisas. São 169 anos de histórias que, por meio da Prefeitura, abraçam as mais diversas áreas e constroem este espaço de gente feliz. Mas, neste 17 de março de 2024, é a Secretaria Municipal da Educação (Semed) que quer, por meio das escolas, abraçar a cidade aracajuana e demonstrar seu carinho e admiração por um município que evolui e se moderniza sem perder a essência e a potência de ser uma capital nordestina.

Com a educação sendo um dos pilares do desenvolvimento de uma gestão que busca transformar positivamente a cidade, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Olga Benário, elevou o interesse e a afinidade com o município a outro patamar: as turmas dos 6° e 7° anos se transformaram em cidades, com direito a prefeito, secretariado e poder judiciário.

O projeto se chama “A cidade que temos é a cidade que queremos” e é coordenado por dois professores da unidade, tendo o objetivo de ensinar aos alunos a logística por trás da existência de uma cidade, as funções de cada entidade e como são desempenhadas e resolvidas as diversas questões que envolvem a sociedade. Assim, por meio de uma atividade lúdica e hipotética, os estudantes aprendem os assuntos das respectivas disciplinas enquanto vivenciam não só as responsabilidades de gerir um espaço físico e social, mas, também, a grandiosidade e a importância de exercer tamanha cidadania.

O coordenador pedagógico da escola, Alessandro Félix, afirma que o projeto chama atenção porque sai da construção comum de sala de aula e faz com que a turma comece a ver a cidade com o seu papel social, seu olhar de aluno e com preocupação para o futuro. Empolgado com a ação, ele aproveita para parabenizar Aracaju e exaltar a ligação existente entre a educação e uma gestão de qualidade.

“Os 169 anos da nossa cidade demonstra uma evolução significativa e importante para os dias atuais. A tecnologia veio completar esse trabalho que é feito nas escolas, com essa ponte que é estabelecida entre família e escola. Através das divulgações das mídias, sobretudo quando passa alguma reportagem na televisão, é notório que os pais ficam felizes e procurando viver cada vez mais a sintonia entre escola e família. Comemorar o aniversário da cidade é preocupar-se com o bem-estar do aluno e com o material de qualidade que ele vai usar, pois, com um olhar profundo, através das gestões das escolas e do seu corpo docente, se estabelece uma sintonia que eleva cada vez mais os resultados que precisamos atender dentro do processo de ensino-aprendizagem”, declara.

Para o coordenador, é motivo de felicidade poder comemorar o aniversário da capital, a partir de uma nova conjuntura e olhar atento da Semed com os educandos. “Parabéns Aracaju, e parabéns Semed, por fazer parte desse processo tão significativo e importante”, completa Alessandro Félix.

Um dos docentes à frente do projeto, o professor de Ciências, Tânio Alencar, explica que toda a ideia nasceu de uma vontade de contextualizar os conteúdos das disciplinas com o gerenciamento de uma cidade. Além do mais, com 2024 sendo um ano eleitoral, a iniciativa se mostrou ainda mais necessária e interessante.

“Nós acreditamos que a consciência política deve ser construída desde cedo, para que se entenda toda a importância da democracia. Por isso, resolvemos criar o projeto. Fizemos uma eleição e, através de voto direto na turma, criamos cidades fictícias. Nesta turma, do 6° ano, nós temos Aracaju Mirim, onde fizemos as eleições e, ao eleger o prefeito, ele constituiu o seu secretariado. Com isso, a turma começou a fazer o levantamento dos problemas que existem numa cidade, tudo partindo da opinião deles, que também deveriam propor soluções. Por exemplo, eu estou trabalhando um conteúdo geográfico, a Litosfera, então, a Secretaria de Agricultura vai se unir com todas as outras e resolver os problemas do solo”, relata.

Ainda conforme o professor, o papel da escola é fazer com que jovens e adolescentes se tornem cidadãos de bem, que tenham consciência dos seus direitos, mas, também, dos seus deveres. “Então,  o projeto jogou luz nesse sentido, para eles entenderem que a cidade não tem apenas festa e que, por trás dela, existem várias coisas funcionando, com pessoas trabalhando. Para isso, a primeira demanda deles foi pesquisar qual é a função de cada um, do prefeito, do vice, do vereador, do juiz, entre outros”, conta Tânio.

Professor de Matemática e de Artes, Helder Oliveira também assumiu o comando do projeto. Para ele, o diferencial é fazer com que os alunos pesquisem, trabalhem fatos e eles mesmos tragam as respostas para os docentes.

“A gente vai propor problemas e eles vão trazer soluções. Portanto, será algo bem diferenciado e interdisciplinar, porque vamos trabalhar em conjunto com todas as disciplinas. Vai ser algo vantajoso para eles, servindo para o crescimento da própria cidadania deles, observando os aspectos sociais e as dificuldades. Em relação a matemática, vamos entender que município tem um orçamento e vamos trabalhar com esse valor para cuidar da cidade. Já na parte da arte, iremos realizar uma exposição fotográfica sobre a história dos municípios e a preservação do patrimônio histórico. É um projeto realmente bem interdisciplinar e que ensina valores, porque o aluno vai entender o quanto é custoso construir algo na cidade e porque é preciso cuidar e valorizar”, destaca.

A Prefeitura dos estudantes

Bem entendidos sobre a gestão da cidade, os estudantes levam a sério seus papeis e descrevem as respectivas funções e deveres. Thyeres Santos, de 11 anos, ganhou a confiança dos colegas de turma e foi eleito como prefeito.

“Foi uma eleição direta, ganhei no primeiro turno. Após isso, elegemos a vice-prefeita e, neste mesmo dia, eu decidi as pessoas que assumiram as secretarias. Está sendo muito bom ser prefeito, com a ajuda das secretarias eu consigo resolver e atender os pedidos da cidade. É um trabalho complicado, mas com a união de todos que estão trabalhando na prefeitura, conseguimos trazer soluções”, conta.

Já Flávia Melissa, 11 anos, foi eleita como vice-prefeita. “Eu faço um trabalho em conjunto com o prefeito e, quando ele não pode estar no comando, eu assumo. Essa função é um pouco difícil, porque eu e o prefeito temos muitas coisas para se preocupar e trabalhar. Mas, para isso, nós pedimos ajuda às outras pessoas da secretaria e, assim, conseguimos conversar, pensar e resolver os problemas e tudo mais que chega na prefeitura”, diz a aluna.

Representando as secretarias, Alice Silva, 11 anos, está no comando da Saúde. Para a aluna, este é um tema importante e necessário para toda a cidade. “Eu fui eleita como secretária e separei todas as questões que precisamos resolver na cidade em relação ao serviço de saúde para as pessoas. Eu notei que precisamos colocar mais médicos nos hospitais e aumentar as vagas para casos mais graves, melhorar a higiene, diminuir as moradias precárias e oferecer mais medicamentos. Para que tudo isso seja possível, eu marco reuniões com o prefeito e lá conversamos e pensamos sobre o que fazer, pois a saúde é muito importante para  o povo”, alega a estudante.