CCTECA Galileu Galilei celebra 15 anos de ações e estudos astronômicos junto à população

Educação
22/03/2024 10h30

Nesta sexta-feira, 22, a Casa de Ciência e Tecnologia da Cidade de Aracaju (CCTECA) Galileu Galilei completa 15 anos de um trabalho de democratização e incentivo ao estudo da astronomia. Patrimônio da Prefeitura, o local desenvolve suas atividades por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), que viabiliza um grande acervo de materiais científicos, execução de eventos, palestras e projetos educativos, e de entretenimento para a população sergipana. 

Localizado no Parque Augusto Franco (Sementeira), no bairro Jardins, o espaço, ao longo de todos esses anos, vem entregando ao público a possibilidade de acesso a uma ciência que ainda é vista como distante. Com todo o equipamento disponível, programação diversa e uma coordenação empenhada a aproximar as pessoas dos fenômenos existentes no universo, a CCTECA entrou na história ao inaugurar o primeiro planetário do Brasil durante o ano de 2009.

Com 111 equipamentos científicos, a casa é pioneira em conectar a população com a ciência. O coordenador da CCTECA, Augusto Almeida, destaca a importância de ter uma metodologia como essa, na capital, e reforça o protagonismo do espaço no cenário nacional.        

“Existem outros planetários e outras casas de ciência em várias partes do Brasil, mas, como esse nosso modelo, é o primeiro. Então, lá em 2009, foi uma grande novidade ter um planetário totalmente digital, porque a maioria eram mecânicos. Ainda mais, aqui na nossa fundação, resolvemos introduzir uma metodologia um pouco diferenciada, facilitando o acesso dos visitantes, turistas, estudantes e moradores às ciências. Nosso objetivo é demonstrar como o equipamento funciona, qual o princípio que está envolvido  e onde e como é aplicado esse princípio em nossas vidas”, explica.

Ainda de acordo com o coordenador, a Casa de Ciência tem uma média anual de 2.500 visitantes, que podem ter acesso às observações telescópicas, salas de astronomia, ótica, eletricidade, mecânica, biologia e a uma área externa com uma coleção de paisagens, painéis cósmicos e uma coleção de trombolitas, que são micro-organismos que cresceram durante 110 milhões de anos.

“Desde 2009, as observações telescópicas são uma maneira muito interessante de atrair a população, de levar ciência diretamente para eles, que é um dos nossos principais objetivos. Nós queremos levar ciência para as pessoas de uma forma mais fácil e democratizá-la, porque ainda há uma deficiência brasileira no sentido da falta de laboratórios nas escolas. Então, as casas de ciências, quando são equipadas como a nossa, conseguem suprir essa falta e, a partir de metodologias específicas, mostrar aplicação, o uso e como a ciência funciona”, destaca Augusto.

Sobre os projetos desenvolvidos ao longo desses 15 anos, o coordenador elenca os mais importantes. “Nós temos as observações com telescópios, que realizamos desde 2009, sempre em momentos de algum evento astronômico, como lua cheia, cometas, eclipses, etc.; o projeto Observando a Estação Espacial Internacional (ISS - em inglês); projeto Astronomia no Interior, com palestras e observações telescópicas; projeto CaféConsiciência, com debates mensais com cientistas convidados, projeto Jovem Cientista, fazendo orientações científicas para estudantes do 5° ao 9° ano; projeto Caça ao ‘Curisco’, que buscava meteoritos em solo sergipano e o projeto Save the Planet, recolhendo pilhas e baterias para reciclagem”, informa.

Augusto, que está na gestão da CCTECA desde a inauguração, costuma dizer que ganhou na Mega-Sena, já que tem a oportunidade de trabalhar com o que ama. Além do mais, ele também destaca a motivação do local e equipe em não só apresentar a ciência, mas fazê-la.

“Eu estou realizando um sonho, que é trabalhar com a consciência e a divulgação da ciência e toda a sua história. Já somos reconhecidos nacionalmente e a minha luta é continuar divulgando e fazendo ciência, porque a maioria das casas não se preocupam muito em fazê-la. É por isso que temos parceria com a Sociedade de Estudos Astronômicos de Sergipe (Sease), onde temos grupos de estudos e geramos ciência. Por exemplo, acabamos de adquirir um equipamento que vai fazer a medição da poluição luminosa em torno do Parque da Sementeira. Nós vamos começar no parque, mas vamos estender até a cidade de Aracaju e depois em todo o estado. Isso é ciência, porque é um trabalho que nunca foi feito”, conta.

Importância da CCTECA para o público

Eduardo Couto é estudante de Engenharia e tem a CCTECA como um local essencial para o interesse astronômico. Para ele, é importante que a ciência seja democratizada, ocupada e conhecida pelo público, porque foi a Casa de Ciência que possibilitou seu primeiro contato com observação telescópica.

“O que motivou as minhas idas até a CCTECA foi o interesse astronômico que já existia na minha casa, principalmente por mim e a minha mãe. Então, com a possibilidade de poder utilizar telescópios, algo que não é acessível para todo mundo, eu fui até as observações que acontecem. Eu acho que essa oportunidade acaba sendo bastante positiva nesse sentido, porque a população pode ter essa interação com a astronomia”, opina.

O estudante aponta ainda que, todas as visitas à Casa foram bons momentos, onde foi possível conhecer novas pessoas e discutir sobre os assuntos da astronomia. “Nos encontros, sempre teve muita gente, provando que as pessoas têm interesse pela área. Principalmente agora, com as redes sociais, em que se compartilha muito rápido as informações e acaba gerando vontade de conhecer. O universo é sem igual e sempre terá novas pessoas querendo conhecer mais um pouquinho dele, por isso a existência da CCTECA é tão importante”, acrescenta Eduardo.

Reforma

O Parque da Sementeira passa por uma completa repaginação, com uma obra de reurbanização realizada pela Prefeitura de Aracaju, no âmbito do Programa de Requalificação Urbana - Construindo para o Futuro, do pacote de obras projetadas e executadas pelo município a partir de um investimento de cerca de R$ 400 milhões, com recursos financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Uma das frentes da obra inclui a construção de mais dois prédios para a CCTECA, totalizando cinco espaços de estudos e visitação, também estão sendo feitos novos revestimentos, substituição de telhado, piso e instalações.

“Nós estamos aguardando a construção de mais duas salas. Haverá a montagem de uma sala astronáutica e um auditório para 50 lugares. Também será feita a renovação das redes de energia para instalação de ar-condicionado e a revitalização de todo o prédio na parte externa, onde tem uma pracinha e serão colocadas algumas coisas interessantes. Além disso, será construído um espaço para colocar os telescópios, que será chamado de relógio solar”, diz.

Augusto, com toda experiência de 15 anos de coordenação da CCTECA, reforça a importância de receber uma ampliação no planetário. “Eu gostaria de agradecer ao prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, por todo o apoio e por estar realizando essa reforma. Também agradeço ao secretário da Educação, o professor Ricardo Abreu, ao diretor do DEB, Evilson Nunes e a todas as antigas e atuais secretárias e secretários, estagiários e colaboradores”, enfatiza Augusto.