Prefeitura de Aracaju negocia volta dos médicos ao trabalho

Saúde
29/02/2008 17h00

Após 23 dias de greve, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) conseguiu que os médicos da rede municipal de saúde retornassem ao trabalho. A paralisação foi encerrada na manhã de hoje, sexta-feira, durante assembléia na sede do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed). Ontem, quinta-feira, a categoria e a Comissão de Negociação da PMA se reuniram no Ministério Público Estadual, quando ficou acertado que a Prefeitura dará uma resposta definitiva às reivindicações dos médicos no dia 15 de março.

"O fim da greve é positivo para a população, que só tem a ganhar com o atendimento normalizado nas unidades de saúde. Desde o início mostramos aos médicos que era improdutivo negociar em greve, já que a Prefeitura estava aberta a discutir conjuntamente com todos os servidores municipais, dentro de um calendário que não prejudicasse os reajustes perante a lei eleitoral, já que 2008 é um ano de eleições municipais", comentou o secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos.

Além de Marcos Ramos, participaram da reunião no MP os secretários Lucivanda Nunes (Administração) e Jeferson Passos (Finanças), que compõem a comissão de negociação da PMA. A equipe ratificou a proposta do aumento de 10% para os médicos especialistas - a ser pago no mês de abril, retroativo a janeiro, e que já havia sido oferecida pela Prefeitura durante negociação em 2007. A negociação foi intermediada pelos promotores de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE), Rony Almeida e Miriam Tereza, além de vereadores da capital.

"A PMA mostrou que já vinha atendendo e ouvindo os representantes do Sindimed e que a greve era desnecessária, prejudicial e representava um retrocesso no entendimento. A negociação continua e nesse período, o prefeito Edvaldo Nogueira e a comissão de secretários permanecem estudando o cenário de possibilidade financeira da Prefeitura para oferecer uma proposta definitiva aos servidores. Neste período fizemos e continuamos fazendo rodadas de negociação, onde a administração já ofereceu diversas vantagens", lembrou Jeferson, acrescentando que a negociação salarial continua.

Entre as propostas apresentadas pela Prefeitura, estão a continuidade da quebra do teto salarial, iniciada em 2007; a reorganização das condições de trabalho e a qualificação dos trabalhadores, com a concessão imediata de quatro horas semanais de estudo, numa jornada de 40 horas.

"Adiantamos inclusive que a Prefeitura deve estar inaugurando em breve um centro de qualificação para os profissionais de saúde e já criou uma comissão paritária permanente dessas categorias para avaliar as condições de trabalho", reforçou a secretária Lucivanda Nunes.

Segundo o presidente do Sindimed, José Menezes, as propostas da Prefeitura agradaram à categoria e os médicos vão aguardar o retorno até o dia 15 de março.