Mulheres participam de marcha contra a violência

Saúde
18/08/2010 17h54
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Na tarde desta quarta-feira, 18, um grupo de mulheres do Bairro América se uniu num grito de protesto. A 1ª Caminhada de Combate à Violência contra a Mulher reuniu participantes de todas as idades com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de proteger e defender o sexo feminino. A marcha teve início na Igreja dos Capuchinhos e passou pelas principais ruas do bairro.

A organizadora do movimento, a agente de endemias da Unidade de Saúde da Família (USF) Adel Nunes, Selma Maria Santos, contou que a iniciativa nasceu de um traumatizante episódio de violência. "Em novembro de 2008 minha filha foi vítima de agressão ao terminar o relacionamento com o namorado. Na ocasião, ele invadiu nossa casa e agrediu a nós duas", relatou.

Uma das integrantes da manifestação, a dona de casa Marivalda Vasconcelos dos Santos, destacou o aumento no número de casos de agressão contra a mulher em Sergipe. "Esta semana duas mulheres foram assassinadas por seus companheiros no bairro Coqueiral. Um movimento como esse é importante porque vem dizer que algo precisa ser feito para mudar essa realidade", disse.

Lei Maria da Penha

A Lei 11340/06, conhecida como Lei Maria da Penha foi aprovada por unanimidade em 22 de setembro de 2006. Criada com o objetivo de coibir a violência doméstica contra a mulher, a lei prevê o encaminhamento de mulheres em situação de violência e seus dependentes a programas e serviços de proteção, garantindo os diretos à guarda dos filhos e a seus bens.

Mesmo com todas as garantias previstas na Lei Maria da Penha, 11% das brasileiras com 15 anos ou mais já foram vítimas de espancamento, sendo o companheiro responsável por 56% desses casos. Os dados são de uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, divulgada no portal da Secretaria Especial de Política para as Mulheres.

O levantamento aponta ainda que uma em cada cinco mulheres foram agredidas pelo menos uma vez, e mais da metade das vítimas não procura ajuda.