Hanseníase é tema de reunião na SMS

Saúde
11/11/2010 17h40
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Representantes da ONG The Leprosy Relief Association (LRA), que atua nos países endêmicos em hanseníase, e gestores das coordenações estadual e municipal do Programa de Combate à Hanseníase se reuniram na Secretaria Municipal de Saúde para discutir questões ligadas à doença em Sergipe.

A coordenadora do Programa de Controle da Hanseníase e Tuberculose de Aracaju, Fabrizia Tavares, disse que esta é a terceira visita da LRA ao estado. "A ONG está fazendo um levantamento sobre os problemas que ainda existem e os que já foram sanados. Essas informações vão nortear a organização para que sejam traçadas estratégias direcionadas a Sergipe", informou.

De acordo com a representante da LRA, Maria de Jesus, a ONG acompanha 17 projetos em 10 estados do Brasil. "É uma recomendação do programa nacional de combate à hanseníase que nós, como parceiros do Ministério da Saúde, possamos intensificar e auxiliar os estados com capacitações e financiamentos, para melhorar a atenção e os cuidados aos pacientes", explicou Maria.

Projetos

A coordenadora do Programa Estadual de Combate à Hanseníase, Daniela Teles de Oliveira, afirmou que o estado, em parceria com a LRA e com o município, desenvolve uma série de projetos com sensibilização, mobilização e planejamento. "Estamos tentando instituir grupos de autocuidado nos municípios para esses pacientes com hanseníase. Em pauta também está a questão da reabilitação", falou a coordenadora.

Para Daniela, o maior desafio de quem trabalha nessa frente é fazer com que o paciente se olhe, saiba identificar o que está estranho e procure auxílio médico. "É por isso que a gente vem sensibilizando, tanto a comunidade, quanto os agentes comunitários, para melhorar essa busca ativa dos casos. Sabemos que quanto mais cedo se descobre, mais fácil o tratamento e menores as sequelas", ressaltou.

Descoberta

Jô Magalhães, enfermeira do programa municipal, explica que a hanseníase é uma doença infecto contagiosa transmitida através do ar. "A sinalização da doença é uma mancha que não se sente. Estamos justamente trabalhando o despertar para a busca da mancha, para que sejam desenvolvidos os testes de sensibilidade e aí conseguirmos o diagnóstico o mais precocemente possível. Quanto antes você começar o tratamento da doença, que tem cura, menos riscos de sequelas", disse, lembrando que o atendimento incial acontece nas Unidades de Saúde da Família (USFs).

Sintomas

A hanseníase é provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos, como o fígado, os testículos e os olhos. Com período de incubação que varia entre três e cinco anos, sua primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas.

Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumentam e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões do nariz e dedos, por exemplo, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, a doença pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas regiões.

Diagnóstico

O diagnóstico  acontece, principalmente, na avaliação clínica: aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como biópsia, podem ser necessários. O tratamento, que é gratuito, dura aproximadamente um ano e o paciente pode ser completamente curado, desde que adote corretamente os cuidados necessários. Assim, buscar auxílio médico é a melhor forma de evitar a evolução da doença e a contaminação de outras pessoas.