Com mais de 16 mil imóveis residenciais, o Santa Maria foi o bairro visitado nesta quinta-feira, 7, pela equipe da força-tarefa contra a dengue da Prefeitura de Aracaju. Os agentes de endemias, que estão na localidade desde ontem, vêm orientando os moradores sobre os cuidados com as lavanderias de concreto, apontadas como as grandes vilãs quando o assunto é a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
No Santa Maria foram notificados este ano 47 casos de dengue. O bairro apresenta 4,0 de índice de infestação predial, considerado de alto risco. Durante a concentração da equipe, antes do início dos trabalhos, o supervisor de endemias do Programa Municipal de Combate à Dengue, José Roberto Dubel, reforçou o alerta para os perigos dos criadouros de larvas nas lavanderias, utilizadas também como depósitos de água
O último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) apontou que no Santa Maria 100% dos criadouros encontrados estavam em lavanderias. "Temos avançado no trabalho e reduzido o índice de infestação na área. Mas nos entristece quando retornamos às casas visitadas um mês antes e encontramos novos focos de larva do mosquito. Não é falta de informação e nem ausência da atuação da prefeitura. Em algumas áreas, os moradores não estão tomando os cuidados necessários com as lavanderias", analisa Dubel.
Algumas famílias, no entanto, se mantêm vigilantes. A moradora Rosely dos Santos, 25 anos, recebeu nesta quinta a visita dos agentes e foi parabenizada pelo supervisor Hélio Nascimento pelas atitudes preventivas. "A moradora tem demonstrado ter muito cuidado. A lavanderia está limpa, foi escovada. Não encontramos nenhum vestígio de larvas e nem de foco do mosquito", comemorou o supervisor. Segundo ele, as lavanderias devem ser escovadas pelo menos uma vez na semana.
Instensificação
O secretário municipal da Saúde, Silvio Santos, reforça as orientações dos supervisores e afirma que a Prefeitura de Aracaju ampliou os ciclos de ações para eliminação de focos. "A visita dos agentes às residências é realizada duas vezes ao mês, sem contar as ações de intensificação e os mutirões realizados com a parceria da Emurb e Emsurb. Aracaju é diferenciada de outras cidades brasileiras, que realizam apenas uma visita a cada dois meses, como é preconizado pelo Ministério da Saúde", destaca Silvio Santos.
Quinzenalmente, o supervisor José Roberto Dubel reúne os agentes de endemias da região para avaliar o trabalho desenvolvido, detectar as casas com pendências, identificar os locais onde mais se concentram os criadouros de larvas da dengue. Outra ação realizada pelos agentes é o bloqueio de caso, quando há ocorrências de dengue na área. Nos dias de sábado, durante as forças-tarefas, a equipe retorna às casas onde os agentes não conseguiram entrar pela ausência de moradores.
"Além disso, atuamos de forma imediata quando as unidades de saúde informam casos de dengue. Nesses casos, realizamos o trabalho de eliminação de larvas e mosquito no entorno daquela residência. O trabalho é feito em cerca de seis quarteirões, atingindo aproximadamente 300 metros a partir da casa indicada", explica Dubel, que supervisiona as ações no 1º e 2º Distritos, os quais compreendem os bairros Santa Maria, São Conrado, Atalaia, Farolândia, Aeroporto, Robalo, Areia Branca, e Mosqueiro.
Mutirão
No último sábado, dia 2, a força-tarefa realizada no bairro Soledade foi ampliada com a realização do Mutirão contra a Dengue. A ação nasceu da parceria da comunidade com a Unidade de Saúde da Família (USF) Carlos Hardman, Associação de Moradores do Bairro Soledade e Igreja Católica.
No bairro, os agentes de endemias visitaram cerca de 1.200 imóveis. O mutirão conseguiu mobilizar os moradores para o bota-fora de lixo e entulho doméstico. Atuaram no último sábado cerca de 70 agentes: 40 agentes de endemias, oito agentes comunitários e 15 agentes de limpeza da Emsurb. A região está classificada como sendo de médio risco, segundo o último LIRAa.
