Junho chegou e com ele o período mais aguardado pelos aracajuanos, o dos festejos juninos. Uma época marcada por muitas danças, culinárias, músicas e decorações típicas. Pensando em transformar a tradição em fonte de renda para a população, a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Família e Assistência Social (Semfas), promoveu o curso livre de Artesanato Junino.
Até agora duas turmas foram finalizadas e outras três serão iniciadas entre os dias 9 e 11 de junho. As turmas encerradas esta semana foram realizadas na Associação dos moradores e amigos do bairro Palestina e na Unidade de Qualificação e Produção (UQP) do bairro Jardim Centenário. Com muita animação, as turmas reuniram pessoas de várias idades, mas com um único desejo, aprender a confeccionar peças artesanais que decorassem e simbolizassem o São João.
Artesanato junino sustentável
Em um ambiente regado a muita música e comidas típicas, as alunas da instrutora Agda Oliver expuseram peças criativas e coloridas, como arranjos de flores e espantalhos, utilizando como principal matéria-prima, produtos que a maioria das pessoas considera lixo. "Para a decoração junina, trabalhamos com a palha do milho, que serviu para confeccionar as flores dos arranjos, garrafas de vidro, sementes de milhos e retalhos de tecidos para produzir os espantalhos. Este tipo de atividade fortalece nas alunas a importância de preservar o meio ambiente através de um artesanato sustentável", explica Agda.
A instrutora chamou a atenção para a dedicação e o empenho das alunas. "Fiquei impressionada com o desenvolvimento e capacidade de produção das meninas, elas me surpreenderam. Não tive nenhum trabalho em ensiná-las, pois elas têm muito talento e força de vontade", ressalta a instrutora.
A aluna Ana Paula Costa conta que o curso proporcionou um mergulho no mundo do artesanato e a chance de empreender na área. "Foi uma experiência maravilhosa. Nunca imaginei que os materiais que utilizamos pudessem servir para produzir arte. Por exemplo, nunca pensei que a palha de milho poderia se transformar em uma flor", diz Ana Paula.
Artesanato trançado em palha de coqueiro
A turma do instrutor Luciano de Melo trabalhou a decoração junina através de uma técnica mais específica, o trançado em palha de coqueiro. Segundo ele, produzir arte ajuda no desenvolvimento do psicológico, possibilitando um maior bem-estar. "É muito gratificante poder transmitir o que sei, principalmente o artesanato, que é uma atividade que poucos valorizam. Nestes dias, aprendemos a fazer chapéus, cachepot (cestinhas), folhas decorativas e muitas outras peças, todas trançadas e feitos com a palha de coqueiro," explica Luciano.
A aluna Maria Helena da Silva encontrou no curso uma alternativa de relaxamento da mente, transformando o artesanato em terapia. "Foi muito divertido, o professor ensinou muito bem e eu pude desenvolver minhas habilidades manuais", conta Maria Helena.
