Promover a igualdade de direitos entre os cidadãos é uma das principais prioridades da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat). No intuito de incorporar a acessibilidade nos serviços oferecidos e de ampliar a comunicação junto às pessoas com deficiência auditiva, servidores da Fundat concluíram nesta segunda-feira, 19, o curso básico de Língua Brasileira de Sinais (Libras). As aulas vinham sendo ministradas, desde o mês de agosto, na Escola do Legislativo - localizada na Praça Fausto Cardoso, Centro.
A presidente da Fundat, Gláucia Guerra, compareceu ao encerramento e parabenizou os alunos, especialmente os servidores, pela persistência em aprender uma linguagem que proporciona a interação com aqueles que não têm condição de se expressar oralmente. "A falta de comunicação com as pessoas dificulta muito o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de qualquer cidadão, principalmente daquele que não se expressa verbalmente. Vocês têm nas mãos a oportunidade de contribuir com a inclusão social desses indivíduos", destaca.
De acordo com a instrutora do curso, Débora Diniz, as aulas foram dinâmicas e interativas, com o ensino de vocabulários e a construção dos diálogos mais utilizados pelos surdos no dia a dia. Ela ressalta a importância de os alunos também se envolverem na luta dos deficientes auditivos em prol da valorização da prática de Libras. "Eles serão os multiplicadores da língua, para que se possa vencer a barreira da falta de comunicação", afirma Débora, que reconhece o empenho da Fundat em oferecer um atendimento com excelência. "Eles receberam bastante conhecimento para dar um atendimento de qualidade", enfatiza a instrutora.
Qualificação
A aluna Virgínia Santos trabalha como coordenadora do setor de transporte da Fundat. Por não estar habituada ao dialeto, ela encontrou algumas dificuldades que, ao longo do curso, foram vencidas com muito esforço e dedicação. "Com a prática, você passa a gostar e a se sentir uma pessoa útil perante a sociedade na comunicação com o surdo", diz a funcionária, contente com a experiência do aprendizado. "Com esse curso, eu tive a oportunidade de conhecer essa língua que é tão linda e falada através dos sinais", conta.
Há cerca de um ano, a aluna Roberta Melo, de 34 anos, é servidora da Fundat. Segundo ela, as aulas contribuíram para os atendimentos que ela realizou, no ambiente de trabalho, durante o período do curso. "Foi muito importante para mim, porque foi um aprendizado pessoal. Além de atender aos candidatos que possuem deficiência auditiva", explica Roberta, que atua na Agência do Trabalhador e, diariamente, cadastra o currículo de diversos aracajuanos.
A aposentada Maria José de Souza, 57 anos, elogia a iniciativa da Fundat de proporcionar esta qualificação aos funcionários, servindo de exemplo para outros órgãos. "É fundamental que as instituições liberem seus profissionais para que eles conheçam [a linguagem]", explica Maria José, que, neste ano, prestará o vestibular para Letras-Libras. "Não é somente pelo mercado de trabalho, mas porque é fundamental que a gente compreenda a língua", avalia.
