Parceria discute envelhecimento saudável com idosos do Cras Jardim Esperança

Assistência Social e Cidadania
24/08/2017 18h25

Existe sexo na terceira idade? Pessoas idosas perdem o gosto por sair e se divertir? Estes e outros questionamentos foram a pauta da ação realizada na tarde desta quinta-feira, 24, com idosos assistidos pelo Cras Jardim Esperança. A dinâmica é resultado da parceria mantida pelo Hospital Universitário junto aos Serviços Básicos de Saúde (UBS), rede da qual os Centros de Referência da Assistência Social fazem parte. 

De acordo com a coordenadora do Cras Jardim Esperança, Luana de Jesus Dias, a articulação é feita com os residentes em saúde mental, levando para os idosos desde rodas de conversa sobre como envelhecer de maneira saudável e ativa, e a desconstrução de tabus sociais, até exercícios físicos que estimulem a coordenação motora. 

“Aqui no Cras temos a preocupação de não só trazer os usuários para deixá-los sentados nas cadeiras, ouvindo alguma palestra. Estamos sempre pensando em temas diferentes e hoje estamos falando sobre atividade sexual na terceira idade, sobre os vínculos com a comunidade, família, sobre se sentir parte da sociedade e tantas outras coisas que fazem parte do dia a dia deles”, ponderou.

Residente em Saúde Mental do HU, Andrea Evangelista entende que a qualidade de vida é o ponto primordial. “A gente percebe que, com o passar da idade, essas pessoas vão perdendo o trato social e se isolando, se sentindo invisíveis. Isso gera depressão, ansiedade e muitos infortúnios”.

“Antigamente as mulheres e os homens velhos eram considerados sábios. Hoje, infelizmente, são coisas descartáveis e eu fico muito triste com isso”, afirmou a dona de casa Lucila Rita, 62 anos. Para ela, ainda há muito preconceito quando o assunto é ser idoso. “Eu já tenho três filhos criados e cinco netos. Para o povo, parece que minha vida acabou e eu tenho que ficar em casa, encostada. Sou muito ativa, cuido da minha casa e das minhas coisas, adoro sair e conversar com meus amigos. Eu estou cada vez mais madura, não morri não”, afirma.

Lucila ainda diz que o Cras mantêm um papel de destaque no próprio empoderamento. “Aqui nós fazemos muitas coisas: conversamos uns com os outros, escutamos histórias e fazemos amizade. Para você ter uma ideia, uma das nossas amigas se acidentou e nos juntamos para ir visitá-la, já que ela não podia vir para cá. Assim ela não fica triste e nem a gente sente falta dela, né? As pessoas precisam entender que é preciso que a gente fique velho mas mantenha o corpo e a mente sãos”, explicou.