Forró Caju 2018: terceira idade aprova programação deste ano

Não tem faixa etária para curtir o Forró Caju. Foi isso que a terceira idade demonstrou na quarta noite de festa, deixando repleta a praça de eventos Hilton Lopes. A programação mais tradicional desta quinta-feira, 28, atraiu um público mais velho, confirmando o cuidado da Prefeitura de Aracaju para alcançar e incluir todos os públicos no maior evento junino de Sergipe.

Os idosos marcaram presença com todo gás, sem parar de dançar e curtir atrações locais e nacionais, como Erivaldo de Carira e Flávio José. Como fez a trabalhadora rural do município de Malhador, Tereza Santos, de 66 anos, que vem todos os anos para a capital na época do Forró Caju. “A idade está na cabeça de cada um. Eu me sinto nova e é isso que importa. Sou forrozeira e onde tem forró, eu estou dentro. Gosto do Forró Caju porque sempre tem espaço para o forró tradicional, que é o que eu realmente gosto. Vim na semana passada e venho nesse fim de semana também, mas os jovens estão devagar, por isso prefiro dançar com pessoas da minha idade”, ressaltou Tereza.

Assim como dona Tereza, outros idosos que curtiram a festa se sentem mais jovens do que a verdadeira idade e com energia para dançar muito forró. Aos 61 anos, dona Isabel Rodrigues acabou de entrar na faixa considerada terceira idade, mas afirma que se sente uma jovem de 25 anos. “Eu venho todos os anos para o Forró Caju e espero que a minha idade física não me impeça de vir nos próximos. As atrações me atraíram porque eu acho que o forró autêntico é o pé-de-serra e isso independe da idade. Existem bandas muito boas, mas o pé-de-serra é a nossa raiz. Percebemos letras com mais conteúdos, que falam mais de amor e de saudade, e são melhores de dançar a dois”, afirma.

O forró pé-de-serra é o estilo preferido para a maioria dos idosos, que relembram suas raízes e valorizam as tradições. Nascida em Aracaju, a costureira aposentada Neuza dos Santos, 71 anos, mora na capital do Rio de Janeiro há 48 anos. Mesmo distante, ela faz questão de matar a saudade da sua terra natal. “Quando toca forró, eu não consigo ficar parada. Lá no Rio tem um centro de tradições nordestinas, a Feira de São Cristóvão, que eu vou todos os sábados para resgatar minhas raízes. Em todos esses anos que moro fora, sempre venho a Aracaju e aproveito o Forró Caju porque essa é a nossa melhor época. Chegar aqui e ter uma festa linda, animada e segura me deixa muito feliz”, explica.

Mesmo aos 70 anos e já aposentada, Geodete Oliveira, ainda trabalha como diarista e curte festas como o Forró Caju. “Me sinto capaz para todas essas atividades, tanto que as pessoas me dão uns dez anos a menos do que a minha idade verdadeira. Hoje mesmo eu já estou na terceira festa. Fui curtir o forró da praça General Valadão, depois no arraial da Rua São João e para o Forró Caju nos mercados, que venho todo ano”, disse dona Geodete orgulhosa.

O Forró Caju 2018 é realizado pelo Prefeitura de Aracaju com patrocínio da Caixa Econômica Federal e Ministério da Cultura, Governo Federal.