SMS recebe oficina para fortalecimento da atenção às crianças com algum tipo de síndrome

Saúde
31/10/2018 19h02

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu nesta terça-feira, 31, a oficina estratégica de fortalecimento da atenção integral às crianças com infecção congênita associada ao vírus zika e às síndromes das Storch (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes). A ação faz parte do Projeto “Caixa e Bacia”, do Movimento Zika, em parceria com a Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis (EBBS) da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e Ministério da Saúde (MS), e é voltado para as famílias e profissionais da SMS, Educação (Semed) e Assistência Social.

De acordo com a fonoaudióloga Daniela Marçal, que veio a Aracaju como facilitadora do projeto, juntamente com a enfermeira Anna Rigato e a psicóloga Selma Eschenazi do Rosário, o “Caixa e Bacia” é um projeto que começou pensando na autonomia das famílias.

“Mas percebemos a enorme aplicabilidade que tem e como pode ser trabalhado intersetorialmente. É uma metodologia que usa materiais fáceis de achar e tem como princípio o uso da caixa e da bacia, sempre pensando na demanda específica de cada criança, pois acreditamos que se família, saúde, assistência social, educação e outras áreas trabalhem juntas, nossos jovens só têm a ganhar. Esta metodologia de trabalho pode ser aplicada para a estimulação de qualquer criança, independentemente de ter ou não alguma síndrome”, explicou Daniela.

O Movimento Zika começou em setembro de 2016 e o projeto “Caixa e Bacia” começou a ser aplicado no final de 2017. “Quando conhecemos o projeto, gostamos e quisemos que ele fosse aplicado em Aracaju. Logo que o MS o conheceu, o projeto foi remodelado para ser aplicado nos estados prioritários e nós fomos contemplados. Na verdade, gostaríamos de poder trabalhar com material de baixo custo para as crianças, não só nós profissionais, mas principalmente as famílias. Com isso, podemos aprender, acima de tudo, a reciclar, a significar e ressignificar os materiais que nós temos disponíveis”, informou a coordenadora do Programa Municipal de Cuidado da Pessoa com Deficiência da SMS, Sony Petris.

Para Sony, a ideia de trazer esta oferta para a SMS e também para outros setores como Educação e Assistência, é para trabalhar a intersetorialidade para fortalecer a rede de integração. “Porque todos queremos o bem-estar destas crianças e o bem-estar não é a ausência da doença e sim a melhoria das condições delas. Por exemplo, as crianças com microcefalia devem ser estimuladas para conhecermos o potencial delas, então, o quanto antes estimularmos, melhor”, frisou.

Melhor desenvolvimento

Segundo a senhora Maria José Santos Pereira, moradora do bairro Santa Maria, mãe da criança Emília Beatriz, de um ano e três meses, que possui uma síndrome rara, a Rubinstein-Taybi, e faz tratamento no Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II) do Centro de Integração Raio de Sol (Ciras), este evento é muito bom.

“Pelo que percebi, estamos construindo algum tipo de material que vai servir para a minha filha se desenvolver melhor. Graças ao tratamento no CER II, vejo que a minha menina vem melhorando a cada dia. Antes ela não sentava e agora já, faz sons como quem quer falar, enfim, a melhora é visível”, emocionou-se a mãe de Emília, que frequenta o CER II, quatro vezes por semana para fazer trabalhos de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

“Estou achando uma oportunidade muito enriquecedora, tanto para nós da Saúde como para os pais e familiares para facilitar a convivência com as crianças com algum tipo de síndrome, porque é com base na dificuldade deles que nós, profissionais, vamos pensar em alguma coisa e com esta oficina aprendemos que podemos criar algo juntos para que as crianças pratiquem e depois teremos a confirmação de que se vai dar certo o material que vamos criar”, opinou a fonoaudióloga do CER II Ciras, Juliana Pena.

Também participaram da oficina profissionais: do CER II Siqueira Campos, dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), da Unidade Básica de Saúde (UBS) Geraldo Magela e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), além de professores e assistentes sociais.